domingo, 31 de maio de 2009
Registro 269: Relato de uma semana que se finda
terça-feira, 26 de maio de 2009
Registro 268: Depoimento VII

Sergipano de nascimento, desde jovem Harido Déda "sentou praça" na Cidade da Bahia. Ator, diretor teatral, mestre em Arte Cênicas, professor da Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia. Participante do Centro Popular de Cultura - CPC, fundador do Teatro de Arena na Bahia, Harildo Déda tem em seu vasto currículo uma série de espetáculos, filmes e participações em novelas e mini-séries. Nos anos setenta ingressa no Teatro Livre da Bahia trabalhando sob a direção de João Augusto.
1 – Que atores ou atrizes cujo trabalho em teatro você acompanha?
Yumara Rodrigues
2 – Que atores ou atrizes de cinema compõem a sua galeria de favoritos?
Marlon Brando, Paul Newman, Pacino, Meryl Streep, Bette Davis.
3 – Qual diretor de teatro cujo trabalho faz você retornar ao teatro?
Marfuz, Paulo Dourado, Guerreiro e, é claro, Hackler.
4 – Dê exemplo de um criador teatral muito bom, mas injustiçado.
5 – Cite uma criação teatral surpreendente e pela qual você não dava nada.
6 – A cena baiano-brasileira tem alguns momentos teatrais antológicos. Cite algumas que marcaram sua vida.
7 – Que encenação lhe fez mal, de tão perturbadora?
8 – Que espetáculo teatral mais o fez pensar?
9 – Comédia é um gênero de segunda?
10 – Cite uma peça difícil, mas significativa.
12 – Uma encenação difícil, mas inesquecível.
13 – Que texto(s) escrito(s) nos últimos dez anos merecia um lugar na história do teatro brasileiro?
E tem? Me lembre pelo amor de Deus!
14 – Qual o texto dramático clássico brasileiro, de qualquer tempo, você recomendaria encenações constantes?
15 – Cite um(a) autor(a) sempre ausente dos cânones que merece seu aplauso?
18 – Que montagem (ou ator, autor, diretor, cenógrafo, figurinista, iluminador) festejado pela crítica você detestou?
Não sei.
19 – E que montagem (ou ator, diretor, autor) demolida por críticos você gostou?
20 – Qual peça e personagem gostaria de fazer? Você pode escolher três.
21 – Que virtude você mais preza no teatro de qualidade?
22 – O que mais incomoda você no mau teatro?
A empáfia; o pretexto.
quinta-feira, 21 de maio de 2009
Registro 257: Flávio Império
Auto-retrato/detalhe.Técnica mista. Coleção particular. 1976
adoro
irmã/mente
noel e shakespeare, boal, zé celso, ruth, sábato; gente que faz acontecer o teatro no Brasil. caetano, bethania, célia, célia helena, cacilda, walmor, andré - sei lá
gente que sempre gostou de atuar na cena. mesmo que não soubessem exatamente o que estavam fazendo
GOSTAM e GOSTAVAM
quem se enche o saco se afasta e é sempre pouco, o que consegue nos afastar.
o comodismo, o dinheiro, a idade, a preguiça, - outras bossas.
uma certa "bohemia", cada geração no seu botequim - bar - restaurante, ou própria casa - vendo televisão.
e todo mundo hoje em dia claro que prefere receber em dollares, como a Carmem Miranda!
o "artista" precisa de muita conversa tanto quanto de muito silêncio e recolhimento interior pra conseguir criar.
só na correria, não dá!
e sossego é dólar, ou relativa pobreza.
agradeço a todos os que até hoje me aplaudiram.
porque GOSTARAM.
e se gostam eu também fico contente de conseguir "fazer" o próprio "ato" de agradar.
"gostar da gente" é o nosso IBOPE pessoal
não tenho unanimidade. (mas isso, nem Cristo) mas uma deliciosa platéia,
quando é Bethania, Gal, Artigas, Caetano, Walmor, Célia, Edmar, Gláucia, Vina, Azzis, Guarnieri, Paulo José, Tozzi, Carmela, Djalma, Dina, Myriam, Flávio Motta, Renina, Parreiras, e quantos foram os aplausos.
tive de "agradecer" na estréia de Andorra. fui levado pelo próprio chamado
foi incrível
e, basta uma vez na vida.
é uma enorme prova de amor alegre e cheio de lágrimas foi tão grande o sentimento, que até hoje agradeço.
se me perguntassem algum desses dias com quem mais gostaria de trabalhar
eu reponderia ARRIGO e CASÉ
há sempre com quem, imagine ter feito a "cenografia" de algum show da Ângela Maria, Procópio, Dulcina, e do próprio Noel ao vivo.
seria um total barato!
ter feito Doces Bárbaros, pra mim foi "diploma PHD". tive uma semana pra bolar, fazer, levar, pendurar e ficar olhando, PASMO! tinha conseguido.
em particular, agradeço à Sonia minha "fada madrinha" .
e ao Iácov que, pela 1a. vez, "iluminou" um espetáculo em que a cenografia nasceu junto: OTHELLO.
e ao Arquimedes, por ter me ensinado tudo sobre "o palco", e ainda me ensinar, e aos meus "alunos" que me obrigam a "sambar", e manter o ritmo de cintura.
necessário ao "passar do tempo"
assim, enfim, agradeço a Deus por existir.
maio 1983



sábado, 16 de maio de 2009
Registro 256: O teatro abriu caminhos...


Branca de Neve e os Sete Anões, adaptação de Chico Ribeiro e Maria Idalina – Direção: Maria Idalina. Teatro Castro Alves.
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Eduardo Esteves, Eduardo Calazans, Raimundo Matos, Gildásio Leite


Foto para divulgação de As Feras
A Perseguição, de Timochenco Webbi - Direção: Márcio Aurélio - Teatro Aliança Francesa do Butantã , Teatro de Arena - Porto Alegre.
A Morta, de Oswald de Andrade - Direção: Emílio Di Biasi. Sala Gil Vicente - Teatro: Ruth Escobar.

A Morta
Walter Marins, Raimundo Matos, Walquíria Lobo, Márcio De Luca
Bri Fiocca, Wilma de Souza

Beth Caruso, Herson Capri, Imara Reis, Raimundo Matos

1977
Souzalândia, de Augusto Francisco - Direção: Roberto Lage. Teatro Oficina - São Paulo
Domingo, Zeppellin, de Marcos Vinincius - Direção: Silnei Siqueira.Teatro Aliança Francesa, Teatro Municipal de São Paulo.

1978
1979


Raimundo Matos, Cleide Queiros

Marilena Ansaldi, Raimundo Matos, Ivan Lima

Escuta, Zé, de William Reich e Marilena Ansaldi - Direção: Celso Nunes. Teatro Franco Zampari e viagem pelo Brasil.

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Coitado do Isidoro, de Sebastião de Almeida - Direção: Osmar Rodrigues Cruz - Teatro Popular do Sesi - Santo André.

Casa de Brinquedos, de Toquinho e Elifas Andreatto - Direção: Mário Mazetti. Tuca.
Édipo Rei, de Sófocles - Direção: Marcio Aurélio – Galpão -Teatro Ruth Escobar - São Paulo e viagem pelo Brasil.

Um Beijo, Um Abraço, Um Aperto de Mão, de Naum Alves de Souza - Direção: Naum Alves de Souza.Teatro Maria Della Costa.

Raimundo Matos, George Otto, Thaia Perez,
Tony Brandão, Wladerez de Barros

2006
Os da Mesa 10, de Oswaldo Dragun - Direção: Raimundo Matos de Leão. Teatro Isba.


Antonio Alcântara, Ricardo Faria
sexta-feira, 15 de maio de 2009
Registro 265: Pra Fanny Abramovich
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domingo, 10 de maio de 2009
Registro 264: Depoimento VI

1 – Que atores ou atrizes cujo trabalho em teatro você acompanha?
Sou um grande apreciador do teatro baiano, acredito muito no teatro que fazemos aqui, não só pela qualidade que imprimimos em nossos trabalhos, mas também pela garra que temos, onde fazemos espetáculo com ou sem dinheiro, com a mesma entrega. Mas voltando a pergunta, além dos atores da Arte Sintonia – Cia que dirijo – Denise Correia, Lívia França, Leonardo Freitas e Gilson Garcia, muitos atores baianos me impressionam em cena, principalmente as mulheres, dentre elas: Cristiane Mendonça, Andréa Elia e Rita Assemany. Da nova geração, acompanho e gosto muito do trabalho de Simone Brault (com quem já tive o prazer de trabalhar) e Mariana Freire.
2 – Que atores ou atrizes de cinema compõem a sua galeria de favoritos?
Meryl Streep, sem dúvida! Toda as vezes que a vi interpretando fiquei fascinado. Nicole Kidman também faz parte da minha galeria, só acho que ela poderia escolher melhor os roteiros, mas é uma excelente atriz.
3 – Qual diretor de teatro cujo trabalho faz você retornar ao teatro?
Sou fruto da Escola de Teatro da UFBA, então, os meus mestres serão sempre minhas referências, por isso, acompanho de perto o trabalho de Luiz Marfuz, Deolindo Checcucci, Paulo Cunha, entre outros. No entanto, toda vez que assisto a um espetáculo de Fernando Guerreiro, saio maravilhado do teatro, porque por mais que já tenhamos visto suas encenações, ele sempre nos traz frescor, nos faz sair maravilhados, seja nas comédias rasgadas, com uma assinatura que só ele tem, ou em espetáculos densos, como “Calígula” e “Eqqus”.
4 – Dê exemplo de um criador teatral muito bom, mas injustiçado.
Pode ser eu? (risos)
5 – Cite uma criação teatral surpreendente e pela qual você não dava nada.
“Os homens são de marte... e é pra lá que eu vou!”, com a Mônica Martelli. Não dava nada pela peça, mesmo sabendo de todo o sucesso que já havia feito no eixo Rio/SP. Sai do teatro ligando para os amigos irem assistir.
Nossa, já assisti a tanta coisa boa! “Senhora dos Afogados”, resultado do Curso Livre da UFBA com direção de Paulo Cunha, “Abismo de Rosas” foi um espetáculo fascinante, “Lábaro Estrelado”, a primeira versão de “Cabaré da Raça”, hoje se perdeu, mas quando estreou era maravilhoso.
7 – Que encenação lhe fez mal, de tão perturbadora?
“O Sapato do meu Tio”, com direção de João Lima. Saí do teatro com minha vocação reafirmada.
8 – Que espetáculo teatral mais o fez pensar?
“Mestre Haroldo e os Meninos”, dirigido por Ewald Hackler. A peça fala de respeito, igualdade, mexe com questões raciais e, sem dúvida, me fez refletir sobre estes assuntos.
9 – Comédia é um gênero de segunda?
Comédia é um gênero de primeira, sem dúvida, quem não gosta de rir? Mas é necessário que tenhamos outros gêneros com casa cheia também.
10 – Cite uma peça difícil, mas significativa.
“Seu Bonfim”, com Fábio Vidal.
11 – Cite uma encenação que imagina ter sido memorável e você não viu.
“A Casa de Eros”, de Possi Neto, em comemoração aos 40 anos da Escola de Teatro da UFBA.
12 – Uma encenação difícil, mas inesquecível.
O ciclo de “Os Sertões”, encenado pela Oficina Uzyna Uzona, no Museu do Ritmo.
13 – Que texto(s) escrito(s) nos últimos dez anos merecia um lugar na história do teatro brasileiro?
“Abismo de Rosas” de Cláudio Simões e “Alta Noite”, de Elísio Lopes Jr.
14 – Qual o texto dramático clássico brasileiro, de qualquer tempo, você recomendaria encenações constantes?
“Eles não usam black-tie”, de Gianfrancesco Guarnieri. Mais do que nunca, é preciso entender que o coletivo vale mais do que o individual.
15 – Cite um(a) autor(a) sempre ausente dos cânones que merece seu aplauso?
Flávio Marinho, pela ausência de encenações de seus textos na Bahia.
18 – Que montagem (ou ator, autor, diretor, cenógrafo, figurinista, iluminador) festejado pela crítica você detestou?
Caramba, já assisti tanto mau teatro, (risos) vindo do Sul. Recentemente, assisti “O Manifesto”, protagonizado por Eva Wilma, mas lembro também que assisti, há alguns anos, “Gata em teto de zinco quente”, com Vera Fischer. Eu e meus amigos saímos constrangidos do teatro.
19 – E que montagem (ou ator, diretor, autor) demolida por críticos você gostou?
Não temos críticos em Salvador.
20 – Qual peça e personagem gostaria de fazer? Você pode escolher três.
“As Primícias” de Dias Gomes; “Coração Brasileiro” de Flávio Marinho e “Gota D’ água” de Chico Buarque.
21 – Que virtude você mais preza no teatro de qualidade?
Disciplina, comprometimento.
22 – O que mais incomoda você no mau teatro?
Salvador tem uma coisa que me incomoda: aqui, todo mundo pode ser autor, pode ser diretor, pode ser ator. Concordo, acho que todos podem, desde quando estude para isso. O que me irrita é que muita gente diz que não gosta de teatro e, por acaso, vai assistir a uma peça que um amigo fez de um curso qualquer, com um resultado qualquer, e vai sair de lá achando que assistiu a uma peça de teatro e convicto de que teatro é uma merda.
terça-feira, 5 de maio de 2009
Registro 263: Livro sobre teatro na Bahia
Dia 06 de maio de 2009, quarta-feira, a partir das 18h30m, na Galeria do Livro
Transas na Cena Transe, Teatro e Contracultura na Bahia, uma publicação da Edufba é derivado da tese defendida no Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas – UFBA, em 2007. O livro aborda questões relativas ao teatro em meio ao idearia contracultural, investindo sua argumentação contra a afirmação de que a produção teatral que se dá de 1968 a 1974 é destituída de criticidade. Propondo outro ponto de vista, o livro apresenta e analisa a produção teatral para afirmar que não houve um “vazio cultural” durante o período em que o governo civil-militar esteve no poder e utilizou a censura e a repressão para calar os artistas. Tomando como fonte de sua pesquisa os jornais da época, o depoimento dos envolvidos com a produção teatral em Salvador e fontes secundárias, o professor Raimundo Matos de Leão dá continuidade à pesquisa sobre a história do teatro na Bahia a partir dos meados dos anos 1950, tema do seu livro anterior Abertura Para Outra Cena, O Moderno Teatro na Bahia, lançado em 2006, uma publicação da Edufba em conjunto com a Fundação Gregório de Mattos. Nessa obra, o autor cobre o período anterior à criação da Escola de Teatro para afirmar que a vida teatral em Salvador sofreu um impulso modernizador a partir da existência da instituição universitária dirigida por Martim Gonçalves. Transas na Cena em Transe avança pela década de setenta, para mostrar um momento significativo do teatro na Bahia, tema de pesquisa a quem vem se dedicando o autor.
Transas na Cena em Transe concentra-se no período que vai de 1967 a 1974, historicamente reconhecido como o auge da contracultura, do desbunde, da festa, da militância guerrilheira. As ações culturais desse período, conceituadas como imbuídas de romantismo revolucionário, inscrevem0-se como reação ao crescente autoritarismo do regime civil-militar. O teatro obriga-se a encontrar formas para manter-se vivo e nos palco de Salvador surgem encenações que traduzem de modo explícito as transformações por que passa a cena mundial. No livro, o autor apresenta os espetáculos, Uma Obra do Governo, Stopem, Stopem, Macbeth, O Futuro Está nos Ovos, Rito do Amor Amargo, Electra, O Diário de um Louco, A Casa de Bernarda Alba, Titus Andrônicus, revelando para o leitor de que maneira os encenadores conceberam seus trabalhos.
Mais informações no endereço on-line: http://edufba.blogspot.com/
EDUFBA (71) 32836160 http://www.blogger.com/
Registro 262: Luiz Fernando ramos escreve sobre Boal
Luiz Fernando Ramos
Crítico da Folha
(Folha de S. Paulo, 05.05.2009)
segunda-feira, 4 de maio de 2009
Registro 261: Aderbal escreve sobre Boal
Aderbal Freire Filho
Diretor de teatro