Conversando com um amigo sobre o acontecido, ele falou do estado de barbárie em que vivemos. Eu continuo perplexo diante do caso.
Jovem é morta após pedir que ladrão devolvesse Bíblia
Conversando com um amigo sobre o acontecido, ele falou do estado de barbárie em que vivemos. Eu continuo perplexo diante do caso.
Jovem é morta após pedir que ladrão devolvesse Bíblia
O vídeo de Roberto Bellini (BH), Jardim Invisível discute o tempo. É poesia visual latente. Zé da Rocha (BA), com Risco nos mostra as possibilidades do desenho.
Por fim, a intervenção de Mário Cravo Neto, Bo No MAM 1959_1964, que ele denomina de site specific. Utilizando-se de fotos do baiano Voltaire Fraga (1912-2006), que documentam o estado em que se encontrava o Solar do Unhão quando Dona Lina começou a recuperação do espaço, a intervenção do artista é fortemente impressionante nas suas constituintes. Embora uma plotagem, suas dimensões e recortes, recolocam as fotos de Fraga noutro patamar: um olhar visto por outro olhar. Da mesma forma que na inesquecível Somewhere Over the Rainbow que ele mostrou em 2005 na Mostra Pan-Africana de Arte Contemporânea, Bo No MAM é prova de que os recursos técnicos ampliam e sustentam a inquietação do artista. Surpreendentes trabalhos, como são surpreendentes os encontros e as coisas da vida e da natureza.
O verde colorindo o texto é intencional.
Para completar, segue a entrevista da atriz Andréa Beltrão (Folha de S. Paulo (16.03.09). Beleza!
A atriz Andréa Beltrão diz que a imagem de escola pública em sua vida está associada à qualidade de ensino.
FOLHA - O que a levou a matricular seus filhos na rede pública?
ANDRÉA BELTRÃO - A vida inteira fui aluna de escola pública, e isso está associado para mim a uma coisa boa. Estudei no Pedro 2º e minha mãe foi professora lá por muitos anos. Tenho uma situação financeira confortável e poderia matriculá-los num colégio caro, mas queria uma escola de qualidade onde o critério de entrada não fosse o dinheiro. Meus filhos estudam com filhos de médico, de porteiro, de servente. Todos vestem o mesmo uniforme. Isso não é bravata ou bandeira. Fui criada dessa maneira.
FOLHA - Há quem possa olhar e dizer que você está roubando a vaga de um aluno pobre.
ANDRÉA - É uma visão reacionária. Meus filhos conseguiram a vaga porque são netos de funcionário, e eu me beneficio disso sem nenhum pudor porque pago meus impostos e penso que a escola pública de qualidade é um direito de todos. Mas procuro também ajudar bastante a escola, e fico muito feliz ao perceber que vários pais fazem o mesmo, de acordo com suas possibilidades.
FOLHA - O fato de seus filhos poderem ter um nível de consumo maior que o dos colegas não dificulta a convivência?
ANDRÉA - De jeito nenhum. Aliás, rola um constrangimento maravilhoso se um aluno quiser ostentar dentro da escola. É um mico fazer isso num lugar onde a filosofia é: "Não risque o seu caderno porque no ano que vem outras crianças vão usar". Isso muda o comportamento em relação ao ter.Eles, por exemplo, ganharam Ipod [tocador de MP3 da Apple] logo que foi lançado, mas só passaram a levar para a escola quando os demais colegas começaram a ter esses aparelhos de MP3. Lá, se destaca quem tirar notas mais altas, e não quem tem mais para ostentar.
O final é uma epifania, compreendida como a manifestação ou percepção da natureza ou do significado essencial de uma coisa.
Não pedi permissão para Eliana Cantanhêde autora do texto Em Nome do Pai (Folha de S. Paulo, 08.03.09), mas resolvi publicá-lo por sua coerência e lucidez. Não podemos aceitar que atitudes como a do arcebispo de Olinda - que falta Dom Hélder faz - torne-se uma conduta aceita como algo natural. Aliás, no Brasil de hoje, atitudes absurdas tem sido aceitas, tanto na esfera privada quanto na pública.
Aberração como essa só comparada com as aberrações em Catanduva e outras paragens que são notícias todos os dias.
Condenando-se a mãe e os médicos e aceita-se o ação do estuprador. Basta.
Faço um reparo, o problema não é o deslocamento de católicos para outros credos, como se neles não houvesse fanatismo e atitudes irracionais. Entre evangélicos, espíritas, umbandistas e membros de outras religiões, existem fanáticos que não vacilariam em avalizar a condenação em nome da vida. Hipocrisia. Entre ateus é possível, até, que exista também alguém concordando. Não esqueçamos: vivemos num sociedade machista.
O humano é tão espantoso!
JORGE ALENCAR
Recebi essa auspiciosa notícia por e-mail. Quem me enviou foi a querida amiga Fanny Abramovich. Tanto ela quanto eu vibramos com essa ação sensível, civilizadora, bacana mesmo. Alguns poderão argumentar que antes de livros deve se dar alimentação, remédio e bom atendimento para as parturientes e seus rebentos. A defesa é inquestionável. Mas não passa pela minha tola consciência que essas ações não estejam sendo priorizadas na maternidade de Sinhá Castelo. É um direito das mães e de seus filhos e um dever do poder público. Se o Estado não faz, estamos perdidos. É isso mesmo, estamos perdidos.
A notícia remete a uma imagem de João Cabral de Melo Neto em Morte e Vida Severina: cobrindo-se de assim de letras / um dia vai ser doutor. O poeta referia-se ao jornal que era oferecido ao menino que acabara de nascer, o filho de Seu José, mestre carpina. Então, que as crianças de todo esse imenso território, pátria amada Brasil, possam receber livros como as crianças de Caxias, localidade do Maranhão, terra natal dos Azevedos, Artur e Aloísio, de Ferreira Gullar e João do Vale e de Catulo da Paixão Cearense, que apesar do nome é maranhense.