terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Registro 225: Tempo de Natal


Não entendo o que acontece em Darfur. Não quero entender o que há em Darfur. Para entender Darfur, eu preciso fazer tantos jogos mentais e daí encontrar uma justificativa. Dê-me um motivo qualquer, para que eu possa entender Darfur. Basta um, pequeno, improvável, justo, racional, qualquer um que seja. Eu lhe peço pelo amor de Deus ou dos Deuses, caso queira.

Não existe nenhuma justificativa.

Se houver, damos assentimento ao bestial.

Mas não são bestas os que ali estão, seviciando, estuprando, matando semelhantes-diferentes.

São humanos.

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Como fazer poesia depois de Dafur?
Depois da Armênia, depois Auschwitz e do Gulag, China, Camboja, Ruanda, Bósnia, fizemos poesia e ela parece não tocar corações e mentes.

Eu não quero entender o que acontece no Sudão.

Mas eu preciso.

O resto é silêncio

E poesia.