quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Registro 236: Resenha

  • O semestre letivo começou e perdi o pé. São tantas coisas para providenciar que deixei de lado os registros em Cenadiária, embora tenha lançado uma seção denominada Depoimentos. Aguardo resposta dos convites que fiz aos artistas para que possa alimentar a divisão com novos depoimentos.
  • Como não recebo comentários no blog, imagino que são poucos os leitores. Ou os Registros não despertam interesse ou... Não sei. Isso não impede que expresse. Seguimos em frente. Divirto-me. Gostaria de escrever mais, mas tenho compromissos urgentes: dar conta da publicação de Transas na Cena em Transe, Teatro e Contracultura na Bahia e de Um Grilo no Pedaço, livro para o leitor jovem. A editoração está na fase final e quem cuida do primeiro é a Edufba. O outro está sob a responsabilidade das Paulinas. Ah, e terminar o livro, ainda sem título, que venho escrevendo, preparar aulas, cuidar da casa, das leituras, das caminhadas em meio à praça de guerra em processo de montagem na orla, da ida ao dentista, etc. e tal. Ufa! Mas escrever é compulsão e termino sempre encontrando um tempo para deixar registrado as ruminações.
  • Embora os críticos tenham dado três estrelas para Revolutonary Road, o filme de Sam Mendes, cujo título no Brasil - Foi Apenas Um Sonho - reduz o que há de significados no título em inglês, gostei muito, principalmente pela atuação deslumbrante dos protagonistas e coadjuvantes. Pode parecer exagero, mas para mim, as interpretações fazem lembrar aquela geração de intérpretes formados pelo "Método", a versão americanizada da proposta stanislavskiana de preparação do ator. Kate Winslet e Leonardo de Caprio dominam os personagens. Ela mais sutil, ele mais evidente, mas não menos interiorizado. Tanto um quanto outro constroem seus personagens a partir de dentro e vão revelando sentimentos que afloram no decorrer da ação, conduzida com segurança habilidade e sensibilidade pelo diretor. Dele, gostei de Beleza Americana e Estrada da Perdição. Não vi o filme sobre a guerra do Iraque. Dou **** para Revolutionary Road.
  • Completo a postagem feita ontem. Mais um filme inquietante, bem realizado, sem nenhum viés escapista e os críticos... Ah, os críticos e suas escolhas. Carimbaram três estrelas para O Leitor e deram quatro para O Curioso Caso de Benjamin Button outra realização de peso, mas que não supera nem Revolutionary Road nem O Leitor, mas está acima de A Troca, que não é um filme desprezível, como querem nos fazer crer as resenhas sobre ele. Stephen Daldry conduz com segurança um filme em que os personagens (Michel Berg) carregam sua culpa, escondem segredo (Hanna Schmitz) e se debatem diante de uma situação que não diz respeito somente a eles, mas a uma nação, no caso a Alemanha. A memória tece o filme, visto que é por ela que Michael adulto (o ator Ralph Fiennes) relembra o amor juvenil por uma mulher mais velha. Ainda jovem, quando estudante de Direito, ele se depara com seu julgamento de Hanna, acusada de crimes contra os judeus durante a barbárie hitlerista, que alguns tentam de todas as formas negar. Vejam o caso do bispo recetemente reabilitado por Bento XVI. Continuo mais tarde....