sábado, 2 de agosto de 2008

Registro 189: Cotidiana

A propósito do Registro 188, recebi um comentário assinado por Anônimo. Ele diz que se não existe um Deus, existem homens que acreditam na paz, na igualdade, na justiça e que a História reserva páginas para esse homens. Concordo. Mas diante do fato de que essas páginas estão sendo relegadas em favor daquelas que pregam o contrário ou que não pregam absolutamente nada, fico perplexo, incomodado mesmo. Ainda assim, guardo o que restou na caixa de Pandora, mesmo quando amanheço emocionalmente niilista. Leiamos pois, as páginas que relatam o que pensam e fazem esse homens e mulheres para quem a História reservou páginas. A lista é enorme e nela, eu registro artistas, filósofos, místicos, poetas. Faço essa relação sabedor de sua incompletude, mas ela é sinaliza possibilidades... Ou minhas idiossincarsias.
Giornado Bruno
Galileu
Adriano, o imperdor
Tereza de Ávila
Fernando Pessoa
Machado de Assis,
Antonin Artaud
Anton Tchecov
Califa Ali Ben Ali
Sócrates
Sófocles
Eurípedes
Ésquilo
Shakespeare
Fauzi Arap
Nelson Rodrigues
Miguel de Cervantes e Dom Quixote
Lao-tsé
Cristo
João XXIII
Martin Luter King
Chaplin
Walter Benjamin
Constantin Stanislawki
Nietzsche
Luchino Visconti
Ozu
Kurosawa
Milton Santos
Agostinho da Silva
Lina Bardi
Martim Gonçalves
Jezy Grotowski
Carlos Drumonnd de Andrade
Murilo Mendes
Manoel Bandeira
Cecília Meireles
Hannah Arendt
Joaquim Nabuco
Manuel Querino
Manuel Faustino
Torquato neto
José Vicente
Janis Joplin
....
Amanheci com o espírito pra cima, contente comigo mesmo, com o mundo com aqueles que me acompanham. Uma esperança pousou na janela do meu quarto. Fiz a habitual caminhada matinal. Aproveitei para conversar com meus botões e olhar a cidade que amanhece aparentemente tranquila. Ah que saudade do trema!
Antes de sair alimentei com a doçura do mel os passarinhos "amarelinhos" e os colibris que se acostumaram com o néctar produzido pela abelhas. Tenho uma amiga no Barbalho que também alimenta pássaros. Livres de gaiolas, eles voam pela minha sala e cantam festivamente quando o bebedouro está cheio. É certo que reclamam quando deixo de abastecê-lo. Percebo a cobrança pelo tipo do canto, eles mudam a forma de cantar. O som cortante e incisivo é sinal de que falta água com mel.
Ontem à noite dei as três primeira aulas do semestre que se inicia. Aulas de História do Teatro Brasileiro. Apresentei o plano de curso e comecei lentamente a falar sobre dois conceitos, o da história de Walter Benjamin e o de transculturação de Ocatvio Ianni, para daí estudar acontecimentos, sujeitos e idéias construtoras do pensar-fazer teatro entre nós. Antes da aulas conversei com um aluno que deseja tornar-me seu orientador no trabalho de conclusão de curso. Trocamos algumas palavras sobre o tema que lhe interessa: Artaud.
São dez horas e vinte minutos. O registro se encerra. Tenho outras coisas para fazer: reponder a carta que veio da Itália da Psyche Out Fanzine de Silvano Pertone, escrever algumas linhas do livro que se arrasta sem que eu dê conta dele. Na verdade, o tema vem exigindo cuidados e por esse motivo opero vagarosamente. Por falar em livro, preparo-me para o lançamento de Sob o Signo das Luzes pela FTD. O livro está pronto e a editora prometeu lançá-lo na Bienal do Livro de São Paulo.