tag:blogger.com,1999:blog-50787073508646612512024-03-14T06:25:12.892-03:00CenadiáriaRaimundo Matos de Leãohttp://www.blogger.com/profile/09696199218765801587noreply@blogger.comBlogger442125tag:blogger.com,1999:blog-5078707350864661251.post-70026544179534109602018-12-28T10:30:00.001-03:002018-12-28T10:30:11.998-03:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://4.bp.blogspot.com/-SdYDY2bT3qA/XCYlS-aWs0I/AAAAAAAACQY/JifWelPZ8c01YKDSUD6HTXt_HP-vEZ2wgCLcBGAs/s1600/Travessias.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1088" height="640" src="https://4.bp.blogspot.com/-SdYDY2bT3qA/XCYlS-aWs0I/AAAAAAAACQY/JifWelPZ8c01YKDSUD6HTXt_HP-vEZ2wgCLcBGAs/s640/Travessias.jpg" width="433" /></a></div>
<br />Raimundo Matos de Leãohttp://www.blogger.com/profile/09696199218765801587noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5078707350864661251.post-79915222503266879982018-11-11T17:27:00.001-03:002018-11-11T17:27:13.353-03:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-wXsEsDjJ_LU/W-iQfuHx4wI/AAAAAAAACO8/EXA-r8p6_Youb2wULGusBIoZkK8nAnc_gCLcBGAs/s1600/DRAMATURGIA_DRAMATIS1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1103" height="640" src="https://3.bp.blogspot.com/-wXsEsDjJ_LU/W-iQfuHx4wI/AAAAAAAACO8/EXA-r8p6_Youb2wULGusBIoZkK8nAnc_gCLcBGAs/s640/DRAMATURGIA_DRAMATIS1.jpg" width="440" /></a></div>
<br />Raimundo Matos de Leãohttp://www.blogger.com/profile/09696199218765801587noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5078707350864661251.post-65837291620434089982018-08-21T08:26:00.003-03:002018-08-21T08:26:29.669-03:00<br />
<div style="background: white; margin-bottom: 3.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<span style="color: #1d2129; font-family: Helvetica, sans-serif;"><span style="font-size: large;">"As revoluções não levam a lugar nenhum. A única revolução
que a humanidade poderia fazer era conseguir que as pessoas se tornassem mais
humanas. Não se pode construir o bem com o mal".<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="background: white; margin-bottom: 3.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<span style="color: #1d2129; font-family: Helvetica, sans-serif;"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background: white; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 3.0pt; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="color: #1d2129; font-family: Helvetica, sans-serif;"><span style="font-size: large;">Matéi Visniec (dramaturgo romeno radicado na França. Trecho de
sua peça "Nina ou a fragilidade das gaivotas empalhadas)<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />Raimundo Matos de Leãohttp://www.blogger.com/profile/09696199218765801587noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5078707350864661251.post-52708012205004358082018-08-19T15:54:00.000-03:002018-08-19T15:55:07.330-03:00<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-large;">HOJE É O DIA DO ATOR.</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">" QUERIA QUE O PALCO FOSSE UMA CORDA ESTICADA ONDE NENHUM INCOMPETENTE OUSASSE CAMINHAR"</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">GOETHE</span></div>
Raimundo Matos de Leãohttp://www.blogger.com/profile/09696199218765801587noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5078707350864661251.post-71585306483180666172018-08-17T14:59:00.001-03:002018-08-17T14:59:05.528-03:00Raimundo Matos de Leãohttp://www.blogger.com/profile/09696199218765801587noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5078707350864661251.post-47423408976837091182018-08-12T20:20:00.002-03:002018-08-12T20:22:02.546-03:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-9xAa2-aPGb4/W3DAUY7nCWI/AAAAAAAACMY/nvjBX9iGQB457hZw2v8HElLEXvJNvp1pACLcBGAs/s1600/Raimundo%252C%2BEliana%2Be%2BRoque%252C%2Bnosso%2Bpai.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="496" data-original-width="630" height="251" src="https://2.bp.blogspot.com/-9xAa2-aPGb4/W3DAUY7nCWI/AAAAAAAACMY/nvjBX9iGQB457hZw2v8HElLEXvJNvp1pACLcBGAs/s320/Raimundo%252C%2BEliana%2Be%2BRoque%252C%2Bnosso%2Bpai.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="font-size: large;">Comemorando</span><span style="font-size: large;"> o dia dos pais, eu, Eliana e nosso pai Roque. Foto feita em Ipirá, Bahia, provavelmente em 1972 ou 73.</span>Raimundo Matos de Leãohttp://www.blogger.com/profile/09696199218765801587noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5078707350864661251.post-58809767311126326022018-07-09T18:00:00.000-03:002018-07-09T18:00:03.260-03:00....já não há palavra capaz de comunicar o que não se quer ouvir<br />
<br />
Bernardo CarvalhoRaimundo Matos de Leãohttp://www.blogger.com/profile/09696199218765801587noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5078707350864661251.post-29990613221558852712016-10-19T13:52:00.003-03:002016-10-19T13:54:21.140-03:00Registro 465: Lembrando Vinicius de Moraes<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="font-size: large;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Texto publicado no Facebook em 19 de outubro de 2015</span></div>
<span style="font-size: large;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tinha como propósito escrever sobre a decisão da Comissão de Direitos
Humanos de proibir a presença de homossexuais em templos evangélicos e
católicos. Mais uma insanidade comandada pela tropa nazifundamentalista
encastelada na Comissão, por uma conluio entre as forças progressistas
(?) e direita mais xiita deste país sem jeito. Um descuido, e a qualquer
hora vão obrigar o uso do triângulo rosa na lapela. Assim fica mais
fácil apedrejar os indesejados. Mas não vou dar trela a essa gente
estúpida que anda com vontade de poder. Vade retro!</div>
<div style="text-align: justify;">
Quero falar mesmo é do poeta que faria 100 anos no dia de hoje, o
poetinha Vinicius de Moraes, de quem guardo uma lembrança inestimável. O
que relato aqui faz parte das minhas memórias, mas contá-lo ele se
torna história.</div>
<div style="text-align: justify;">
Corria o ano de 1974. Por volta de novembro, fui convidado pelo diretor
baiano Álvaro Guimarães para compor o elenco de As Feras, texto de
Vinicius de Moraes a ser produzido por sua mulher na época, a atriz
Gesse Gessy. Eu acabara de fazer Titus Andronicus, a tragédia de
Shakespeare encenada na Escola de Teatro da UFBA sob a direção de José
Possi Neto e com planos de residir em São Paulo para fazer carreira como
ator. Um sonho acalentado desde criança, quando vi os primeiro filmes
no Cine Teatro Cliper em Ipirá, propriedade de meu pai.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ainda que o papel em As Feras fosse pequeno, eu desejava trabalhar sob a
orientação de Álvaro Guimarães e em companhia de um elenco de atores
baianos experientes, Jurandir Ferreira, Mário Gadelha, Waldemar Nobre,
Fernando Lona, Armindo Bião, entre outros. O elenco feminino contava com
Gesse Gessy como protagonista e a competentíssima Sônia dos Humildes.
Completavam o elenco, a jovem Hebe Alves, Carlos Nascimento e eu.</div>
<div style="text-align: justify;">
A ação de As Feras se passa no Rio de Janeiro num canteiro em construção
reunindo operários nordestinos divididos em dois grupos rivais. Por um
flashback, o público toma conhecimento dos motivos do desentendimento
entre os grupos, causa de desfecho trágico.</div>
<div style="text-align: justify;">
Começamos os ensaios, com estreia prevista para meados de janeiro
estendendo-se por algumas semanas de fevereiro, num espaço cenográfico
criado por Calazans Neto em uma garagem situada à Rua dos Ingleses.
Fizemos as primeiras leituras sem que houvesse o ator para o personagem
Isaías Grande, o protagonista. O elenco sugeriu nomes, o diretor buscava
outros e duas semanas depois, Vinicius de Moraes foi ao ensaio. Ouviu a
leitura e ao final, a conversa sobre a falta do ator retornou. Depois
de escutar uns e outros, Vinicius surpreende todos nós dizendo que havia
um ator para o papel. Fez-se silêncio expectante e ele apontou para mim
afirmando que eu faria Isaías Grande.</div>
<div style="text-align: justify;">
Se para mim o impacto foi transtornante, para os meus colegas foi como
se uma bomba estourasse na sala. Ninguém disse nada, até que eu aleguei
não ter a idade para o personagem; que eu era um ator recém-saído da
Escola. Usei de outros argumentos, mas não houve jeito. Aceitei a
escolha do autor. Terminado o ensaio, tentei convencer Álvaro Guimarães
de esquecer tal empreitada. Em vão. Fui para casa. Durante o trajeto,
mesmo tempo temeroso, eu me sentia envaidecido. Mas a pergunta fatal
rondava. E se eu não desse conta do papel? Conciliar o sono foi uma
barra. Ao acordar disse para mim mesmo que agarraria a oportunidade com
unhas e dentes.</div>
<div style="text-align: justify;">
Na estreia, ao findar o espetáculo, o poeta veio até mim e me abraçou
afetivamente elogiando a minha atuação. Soube então que eu dera conta do
recado. Ao escrever sobre As Feras, Sostrátes Gentil não poupou elogios
ao meu trabalho e aproveitou para comentar o meu desempenho em Titus.
Logo depois, passando férias em Salvador, o diretor paulista Emílio Di
Biasi comentou meu desempenho para Possi e este revelou que eu estava de
viagem marcada para São Paulo com o intuito de fazer teatro. Pronto,
ganhei meu passaporte. No final de fevereiro desembarquei em Sampa e
tive o maior apoio de Emílio. Ele veio a ser um dos grandes amigos
paulistanos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Sou devedor do poeta. A ele, minha homenagem e gratidão no dia de seu
aniversário. Cito Vinicius “Mesmo que as pessoas mudem e suas vidas se
reorganizem, os amigos devem ser amigos para sempre, mesmo que não
tenham nada em comum, somente compartilhar as mesmas recordações, pois
boas lembranças, são marcantes, e o que é marcante nunca se esquece! Uma
grande amizade mesmo com o passar do tempo é cultivada assim!’’</div>
</span>Raimundo Matos de Leãohttp://www.blogger.com/profile/09696199218765801587noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5078707350864661251.post-29656781052453053692015-11-07T09:39:00.003-03:002015-11-07T09:41:08.732-03:00Registro 464: Um pássaro na mão e muitos voando<div>
<br /></div>
<div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-size: medium; margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-pqppT3VsD2g/Vj3wyHx-rWI/AAAAAAAABuI/ClL72hY3CMs/s1600/Rolinha%2Bna%2Bm%25C3%25A3o..jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="http://4.bp.blogspot.com/-pqppT3VsD2g/Vj3wyHx-rWI/AAAAAAAABuI/ClL72hY3CMs/s320/Rolinha%2Bna%2Bm%25C3%25A3o..jpg" width="320" /></a></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">O pássaro adentrou a sala num voo
claudicante. Pensei estar muito assustado. Por fim, ele pousa na moldura de um
quadro incorporando-se a paisagem pintada e ficou ali olhando a parede. Achei estranho,
tanto a posição quanto a sua quietude. Passado um tempo, deixei a sala sem
perturbá-lo, na esperança de que a ave encontrasse a saída.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">O tempo passou...</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Retornando para a sala, não
encontrei o pássaro no lugar onde o havia deixado, mas prestando mais atenção
ouvi um barulho de asas. Um barulho aflito. Ainda mais atento, percebi que a ave
estava atrás da cortina e presa entre o vidro e a grade pantográfica.
Aproximei-me cautelosamente e cuidadosamente retirei-o daquela prisão. Ao
entrar em contato com a minha mão e depois de ter alisado a sua cabeça, o
pássaro acalmou-se. Fiz a foto e soltei-a pela janela por onde tinha entrara.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Em vez de voar como eu esperava,
momentaneamente, ela ficou parada na palma da minha mão, com o se não soubesse
o que fazer. Em seguida voou. Pelo bater das asas vi que estava machucada.
Insegura, a ave pousou num carro estacionado no outro lado da rua. Fiquei
olhando-a preocupado com seu destino. Está é a história do pássaro em minha
mão.</span></div>
</div>
Raimundo Matos de Leãohttp://www.blogger.com/profile/09696199218765801587noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5078707350864661251.post-36335217796601693372015-11-02T17:09:00.000-03:002015-11-02T17:09:11.499-03:00Registro 463: Sobre "Hereges" de Leonardo Padura<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-2yOg-Qikgng/VjfCt7St_uI/AAAAAAAABt0/TY3ufxkrl34/s1600/HEREGES.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://2.bp.blogspot.com/-2yOg-Qikgng/VjfCt7St_uI/AAAAAAAABt0/TY3ufxkrl34/s320/HEREGES.jpg" width="213" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
"<span style="font-size: large;">Para ele, vendo sua obra (de
Rembrandt), uma coisa ficou evidente: a arte é poder. Só isto, ou especialmente
isto: poder. Não para dominar países e transformar a sociedade, para provocar
revoluções ou oprimir os outros. É poder para tocar a alma dos homens e, ainda,
deixar nela as sementes de seu aprimoramento e felicidade".</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">O texto foi transcrito de "Hereges",
romance do cubano Leonardo Padura. Ao encontrar o parágrafo dentre os muito que
gostaria de transcrever, escolhi este por sua dimensão e porque diz aquilo que
penso sobre o papel da arte, ontem e hoje. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">O livro de Padura é
essencialmente sobre a liberdade, o livre arbítrio em qualquer circunstância.
Esta proposição, vinda de uma cubano contemporâneo torna-se imensa no que ela
tem de real ou diz sobre o real. Três personagens (um judeu, uma garota cubana
que é "emo" e um judeu sefardi discípulo do pintor holandês
Rembrandt, portanto vivendo no século XVII) lutam pelo direito de escolha independente
de mestre, seja ele político, religioso, etc. São 503 páginas lidas com vontade sôfrega,
maneira que temos de controlar para saborear o texto, sem que se perca a beleza
da escrita e a envolvente ação. </span></div>
Raimundo Matos de Leãohttp://www.blogger.com/profile/09696199218765801587noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5078707350864661251.post-17417380281219812692015-05-08T19:46:00.002-03:002015-05-08T19:46:58.047-03:00Registro 462: Vale uma visita<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-large;">http://www.flavioimperio.com.br/</span></div>
Raimundo Matos de Leãohttp://www.blogger.com/profile/09696199218765801587noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5078707350864661251.post-4317416001953440672014-10-26T13:48:00.001-03:002014-10-26T13:50:06.803-03:00Registro 461:Bom teatro para se ver<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-pkOnFFcViUM/VE0labjNDpI/AAAAAAAABjk/1Mo4EMeSP6U/s1600/moscou.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-pkOnFFcViUM/VE0labjNDpI/AAAAAAAABjk/1Mo4EMeSP6U/s1600/moscou.jpg" height="400" width="265" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Faz tempo que não vejo um espetáculo tão inventivo e bem realizado como "E se elas fossem para Moscou", direção de Christiane Jatahy, baseado em "As três Irmãs" de Anton Tchekhov, uma dos acontecimentos do Festival Internacional de Artes Cênicas - Bahia. A mecânica da encenação se dá de maneira orgânica e todas as opções da direção nos levam para o interior da montagem. Não há sobras nos efeitos cênicos construtores de uma teatralidade fortemente marcada por rupturas. Esgarçamentos que se integram de maneira que possamos acompanhar atentamente a ação desencadeada pelas três maravilhosas intérpretes coadjuvadas por atores/técnicos. Tanto eles quanto elas são encarregados juntamente pelos deslocamentos do cenários, dos objetos e da filmagem, bem como da trilha sonora. Ao mesmo tempo em que a cena acontece em tempo real, noutro espaço, outro grupo de espectadores acompanha aquilo que vai sendo registrados pela câmeras. Estes lugares e a interação entre duas linguagens traduzem as preocupações da encenadora, a revelação dos não lugares interiores e dos exteriores. Como no texto "As três irmãs", o desejo de mudança se configura sem que se realize. Moscou, o sonho de uma nova vida, o salto no abismo, se apresenta como uma possibilidade, mas a sua não concretização desencadeia a angústia das personagens dissecadas a cada instante. Ao dizer sobre a angústia não afirmamos ser o espetáculo um mergulho no drama. Como em Tchekhov, a vida se arrata entre grandes e pequenos gestos, ora tensos, ora cômicos. Entre os felizes achados da encenadora ressalto a envolvente festa de aniversário momento em que o público deixa de ser espectador para fazer parte do drama, como convidados da festa da aniversariante Maria (Macha na versão russa) remetendo a princípios do realismo histórico relido sob as lentes da contemporaneidade reveladora de signos que se movem todos na mesma direção. Vale conferir "E se elas fossem para Moscou" um teatro filho do tempo e da história, uma leitura originalíssima de "As três irmãs", demonstração da atualidade do autor, ele que nos legou textos profundamente humanos. "Para Moscou, para Moscou" a fala final do original, ainda que não seja dita em cena, fica ressoando em nossas mentes, E nós que desejamos as nossas idas para Moscou somos empurrados pelo passado e assustados diante da vertigem do futuro...Pra Moscou </span></div>
Raimundo Matos de Leãohttp://www.blogger.com/profile/09696199218765801587noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5078707350864661251.post-28972868942422545962014-08-31T20:41:00.002-03:002014-08-31T20:41:34.738-03:00Registro 460: Um bom programa<span style="font-size: x-large;"><br /></span>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-large;">CINE-TEATRO ESCOLA</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">Escola de Teatro - UFBA</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-large;">http://cineteatroufba.blogspot.com.br/</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-large;">Abertura, 8 de setembro às 18h</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-large;">Teatro Martim Gonçalves</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-large;"><br /></span></div>
Raimundo Matos de Leãohttp://www.blogger.com/profile/09696199218765801587noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5078707350864661251.post-25380808910812242432014-07-22T20:43:00.004-03:002014-09-03T11:29:49.044-03:00Registro 459: Recebi de um amigo que foi a Portugal<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-zinVb0qcIUc/U873IUXLBII/AAAAAAAABgw/n4B6BBalxz0/s1600/Rua+do+Raimundo_Porto_Portugal2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-zinVb0qcIUc/U873IUXLBII/AAAAAAAABgw/n4B6BBalxz0/s1600/Rua+do+Raimundo_Porto_Portugal2.jpg" height="300" width="400" /></a></div>
<br />Raimundo Matos de Leãohttp://www.blogger.com/profile/09696199218765801587noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5078707350864661251.post-47561802946224524222014-07-19T13:51:00.001-03:002014-07-19T13:54:45.975-03:00Registro 458: Legado de João Ubaldo<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Não escreverei sobre João Ubaldo. Seus amigos disseram tudo o que tinham para dizer sobre este escritor que nos deu "Viva o povo brasileiro". Eu quero agradecer ao João. É assim que vou tratá-lo de agora em diante. Valho-me da condição de baiano para tomar tais intimidades com alguém do porte dele. Mas João não era homem de pabulagens (para quem não conhece o vocábulo, segue o que diz o Houaiss: confiança excessiva em si mesmo; fatuidade, presunção,atitude de quem conta bravatas; fanfarrice). Por este motivo tomo confiança.</span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Mas eu disse inicialmente que não escreveria sobre este autor que vindo de Itaparica, o amor que fica, nos deixou um texto profundamente coerente e crítico sobre as maluquices que rondam a nossa vida aqui na pátria amada, idolatrada, salve, salve.</span></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Em "O correto uso do papel higiênico" (A Tarde, 19.07.2014), ele coloca o dedo na pretensão que setores da sociedade civil, mancomunados com o poder federal em suas diversas instâncias, insistem e, às vezes conseguem, em normatizar a vida com sua leis. E o escritor enumera as que estão em vigor, como a tal leia da palmada, a proibição de venda de doces e outras guloseimas ajuntadas com brindes, entre outras.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Se assim continuarmos, diz o João Ubaldo: "Não parece estar longe o dia em que a maioria das piadas será clandestina e quem contar piadas vai virar um espécie de conspirador, reunido com amigos pelos cantos e suspeitando de estranhos."</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">E ele segue de maneira humorada apontando os possíveis hábitos, comportamentos e etc. que podem ser regulamentados por lei. Por fim, João conclui:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">"Por enquanto, não baixaram normas para os relacionamentos sexuais, mas é prudente verificar se o que vocês andam aprontando está correto e não resultará na cassação de seus direitos de cama, precatem-se".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Nada mais sábio nos deixa o João, amigo de Glauber e de Luiz Carlos Maciel quando este vivia na pensão de Dona Lúcia.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Eu estou com João e também com Jô Soares quando diz:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">"Politicamente correto é a coisa mais careta, mais reacionária que tem."</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Coitado do povo brasileiro! Também, sem educação, cai em cima dele a coerção. Haja lei!</span></div>
Raimundo Matos de Leãohttp://www.blogger.com/profile/09696199218765801587noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5078707350864661251.post-38594781089514593362014-07-15T10:45:00.001-03:002014-07-15T10:45:37.261-03:00Registro 457: Embora não pareça, eu sou.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-v-g0QyQvW40/U8UwZuOgzTI/AAAAAAAABgM/N5p7b9COGk8/s1600/ovelha+psicod%C3%A9lica.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-v-g0QyQvW40/U8UwZuOgzTI/AAAAAAAABgM/N5p7b9COGk8/s1600/ovelha+psicod%C3%A9lica.jpg" height="320" width="320" /></a></div>
<br />Raimundo Matos de Leãohttp://www.blogger.com/profile/09696199218765801587noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5078707350864661251.post-58665558810002736022014-06-09T15:42:00.000-03:002014-06-09T15:42:03.452-03:00Registro 456: Leitura dramática<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-ZBsLhQd5jSY/U5X_7ptmNyI/AAAAAAAABe8/J70F2IkRCjo/s1600/LIBERDADE+liberdade.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-ZBsLhQd5jSY/U5X_7ptmNyI/AAAAAAAABe8/J70F2IkRCjo/s1600/LIBERDADE+liberdade.jpg" height="240" width="320" /></a></div>
<br />Raimundo Matos de Leãohttp://www.blogger.com/profile/09696199218765801587noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5078707350864661251.post-17698072244764009372014-04-03T13:25:00.001-03:002014-04-03T13:25:24.493-03:00Registro 455: Lançamento do livro Tempo de Dramaturgias<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-ih0Cz_5YF1U/Uz2LYoQixXI/AAAAAAAABbk/YzC_egkW3Ws/s1600/Tempo-de-dramaturgia-convite.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-ih0Cz_5YF1U/Uz2LYoQixXI/AAAAAAAABbk/YzC_egkW3Ws/s1600/Tempo-de-dramaturgia-convite.jpg" height="237" width="320" /></a></div>
<br />Raimundo Matos de Leãohttp://www.blogger.com/profile/09696199218765801587noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5078707350864661251.post-20291413017084379212014-03-27T21:25:00.003-03:002014-04-03T13:25:40.254-03:00Registro 454: O DIA DO TEATRO<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Não é o dia do ator, mas o dia do teatro, 27 de
março. Um dia que vai findando, mas nesta hora em que muitos
artistas estão no palco, cabe ainda homenagear do Dia do Teatro
com o poema de Brecht.</span></div>
<br />
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<big><b>VOCÊS
VIERAM FAZER
TEATRO?PRA QUE??</b></big></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<big>Brecht<o:p></o:p></big></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<big>Vocês vieram fazer teatro. Uma pergunta: para que?<o:p></o:p></big></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<big><o:p></o:p>Vocês vieram mostrar ao público o seu talento, então
vocês se
apresentam como fenômenos…<o:p></o:p>
</big></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<big><o:p> </o:p>Do público, vocês esperam que ele aplauda
vigorosamente, arrebatado de
seu mundo para vasto universo, provando com vocês a vertigem
das grandes
alturas e as paixões em seu paroxismo.<o:p></o:p>
</big></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<big><o:p> </o:p>Mas agora uma pergunta: Pra que?<o:p></o:p>
</big></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<big><o:p> </o:p>Lá embaixo, na plateia, uma questão explode:<o:p></o:p>
</big></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<big><o:p> </o:p>obstinadamente alguns
exigem<o:p></o:p>
</big></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<big><o:p> </o:p>que vocês não se limitem a se
exibir<o:p></o:p>
</big></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<big><o:p> </o:p>mas lhe mostrem o mundo.<o:p></o:p>
</big></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<big><o:p> </o:p>De que nos servem, dizem eles,<o:p></o:p>
</big></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<big><o:p> </o:p>Ver sempre como fulano sabe ficar triste<o:p></o:p>
</big></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<big><o:p> </o:p>e beltrano cruel,.<o:p></o:p>
</big></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<big><o:p> </o:p>ou o rei perverso que cicrano interpreta?<o:p></o:p>
</big></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<big><o:p> </o:p>Qual o objetivo dessa eterna exposição de<o:p></o:p>
</big></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<big><o:p></o:p>trejeitos e
convulsões de alguns
indivíduos?<o:p></o:p>
</big></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<big><o:p> </o:p>Você, ator, deve, antes,
de
qualquer um,<o:p></o:p>
</big></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<big><o:p> </o:p>dominar a arte de observar (…)<o:p></o:p>
</big></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<big><o:p></o:p>E seu aprendizado deve começar entre os homens.<o:p></o:p>
</big></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<big><o:p> </o:p>Que sua primeira escola seja seu lugar de<o:p></o:p>
</big></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<big><o:p> </o:p>trabalho, sua casa, seu quarteirão.<o:p></o:p>
</big></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<big><o:p> </o:p>E a rua, o subúrbio, as lojas.<o:p></o:p>
</big></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<big><o:p> </o:p>E ai observe cada um.<o:p></o:p>
</big></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<big><o:p></o:p>O estranho como se ele fosse conhecido<o:p></o:p>
</big></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<big><o:p> </o:p>e o
conhecido como se fosse
estranho (…)<o:p></o:p>
</big></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<big><o:p> </o:p>E observa mal quem de suas observações<o:p></o:p>
</big></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<big><o:p> </o:p>não sabe o
que fazer.<o:p></o:p>
</big></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<big><o:p> </o:p>E ninguém consegue uma visão precisa do homem<o:p></o:p>
</big></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<big><o:p> </o:p>Se ignorar que o homem é o destino do homem (…)<o:p></o:p>
</big></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<big><o:p> </o:p>Assim, vocês podem, atores<o:p></o:p>
</big></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<big><o:p> </o:p>aprendendo e ensinando, por seu trabalho criador,<o:p></o:p>
</big></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<big><o:p> </o:p>intervir em todas as lutas dos homens do seu tempo.<o:p></o:p>
</big></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<big><o:p> </o:p>E também, pela seriedade do estudo e serenidade do
conhecimento,<o:p></o:p>
</big></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<big><o:p> </o:p>ajudar, a fazer da experiência<o:p></o:p>
</big></div>
<big>
</big>
<big>
</big>
<big>
</big>
<big>
</big>
<br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<big><o:p> </o:p>da luta pelo bem de todos e da justiça, uma paixão<o:p></o:p></big></div>
Raimundo Matos de Leãohttp://www.blogger.com/profile/09696199218765801587noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5078707350864661251.post-27259160839035717982014-03-08T09:38:00.002-03:002014-03-08T13:49:03.063-03:00453: Sobre o carnaval em SalvaDOR<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Comentar o carnaval em Salvador é chover no molhado. Há os que gostam incondicionalmente e não estão nem aí para os desmandos das empresas que visam somente o lucro, cometendo abusos como impedir foliões de beberem a marca da sua cerveja preferida. E tudo isso com o aval do poder público avalizador dos desmandos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Em nome da rentabilidade da festa, passam por cima de tudo e tudo permanece como "dantes no castelo de Abrantes". A cidade foi alaranjada sobre pressão, uma versão do capitalismo mais selvagem. E a pérola da "sabedoria" ficou por conta do cantor do Pisirico, ao dizer que sua música era uma resposta ao capitalismo. É capaz de virar tese de sociologia. Só rindo! Ah, os antropólogos do lugar também podem orientar teses sobre músicas e comportamentos carnavalescos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Ninguém precisa ser um estrategista para ver que o circuito Barra-Ondina já não suporta a avalanche de camarotes, postos policiais, banheiros, barracas e outras parafernálias de prejudicam os moradores da região, a maioria ilhada durante mais de uma semana. Famílias, algumas com seus idosos e enfermos, muitas sem condições de sair da cidade são obrigadas a aguentar o mau cheiro, os decibéis dos trios, que de trios-elétricos não nem mais nada. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">As música que fazem sucesso são de uma baixaria atroz. Letras preconceituosas, rebaixam a mulher à condição de objeto. O pior é que muitas não conseguem perceber o teor machista e violento das letras. Não tenho nada contra a festa da carne, carnaval é isso mesmo. Mas ultrapassamos o limite da civilidade. Tudo é de uma grossura extremada. Somente um cérebro de ostra, desejoso do sucesso a qualquer preço faz uma coisa chamada <i>Lepo lepo</i>.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><i><br /></i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Alguns textos foram escritos sobre a festa. O do jornalista Chico Castro Jr. é muito bom, publicado na edição de 02 de março.. Cito o último parágrafo:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">"Mas como um exemplo, deixo uma reflexãozinha rápida e certeira sobre <i>Raiz de Todo Bem</i>, hit de Saulo Fernandes. nada contra o rapaz. Até aprecio sua vibração <i>caymminiana-hipster-telúrica.</i> Mas é que é estranho tanta gente bem informada deslumbrada com a música, como se fosse um prodígio de criatividade. Gente, olha só: em coisa de um minuto, o rapaz consegue rimar "<i>África-iô-iô</i>" (hein?) com "Salvador" e "meu amor". "Fé" com "candomblé". E "Nordeste" com "caba da peste". Precisa mesmo dizer mais?"</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">E o que dizer da canção "essa mulher quer montar em cima do meu cavalinho, mas quem dá palmadinha sou eu"? </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Hoje, 8 de maio, o jornal A Tarde publicou três textos sobre o carnaval. Luiz Mott. Walter Queiroz Jr. e Dimitri Ganzelevitch escrevem sobre o carnaval. São visões diferenciadas, cabendo ao leitor apreciá-las criticamente.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">O circuito do Campo Grande até a Praça Castro Alves vai sendo morto a cada ano. O circuito já não dá tanta grana.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Chega! Em junho tem mais carnaval. Mas junho não se faz os festejos joaninos? Tolice. Todas as medidas são tomadas nos gabinetes e implantadas de maneira autoritária, não importa o partido no poder. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
Raimundo Matos de Leãohttp://www.blogger.com/profile/09696199218765801587noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5078707350864661251.post-46057120720867795722014-02-25T08:31:00.001-03:002014-03-08T08:54:10.648-03:00Registro 452: Pensamento lúcido e esclarecedor<div align="center" class="titleCxSpFirst" style="margin: 4.95pt 0cm 7.4pt; text-align: center;">
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; line-height: 24px;"><b>BRASIL EMBRUTECIDO[1]</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: red; line-height: 24px;"><b><br /></b></span></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="color: red; line-height: 24px;"><b>Jânio de Freitas</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: red; line-height: 24px;"><b><br /></b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: red; line-height: 24px;"><b> Um homem espera, sozinho, o ônibus que o levará para casa. Dois carros param diante dele. Os homens que descem o massacram furiosamente com barras de ferro. Até reduzi-lo a um monturo de sangue e carne sem vida. Entram nos carros e vão embora.</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: red; line-height: 24px;"><b> A fúria assassina desses agressores está abaixo da mais primitiva desumanidade. Mais uma briga de torcida, como disse a notícia? "Torcedores do São Paulo agrediram um torcedor do Santos, que morreu." Nem como hipótese.</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: red; line-height: 24px;"><b> Estamos, no Brasil, em um agravamento da brutalidade que não cabe mais nos largos limites do classificável como violência urbana. E não basta dizer que nada é feito contra tal processo. O que se passa, de fato, é que nem sequer o notamos. Convive-se com o agravamento como uma contingência incômoda, em seus momentos mais gritantes, mas natural, meras desordens da desigualdade social.</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: red; line-height: 24px;"><b> Nada a ver com a perversa desigualdade social. O homem massacrado por vestir a camisa do Santos era portador da desigualdade como o são os monstros que vestiam a camisa do São Paulo. Os bandos criminosos que voltaram a digladiar-se em algumas favelas do Rio formaram-se e vivem nas mesmas misérias da desigualdade social.</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: red; line-height: 24px;"><b> O agravamento da brutalidade no Brasil é um processo em si mesmo. E não está só nos territórios da pobreza. A própria incapacidade de percebê-lo é um sintoma do embrutecimento sem distinções sociais, econômicas e culturais. Outros sintomas poderiam ser notados – na deseducação, no rebaixamento individual e coletivo dos costumes, em muito do que os meios de comunicação tomam como modernidade, na política. Até onde a elevação do trato entre suas excelências parecia inexaurível – no Supremo.</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: red; line-height: 24px;"><b> Um homem espera um ônibus que o levará para casa. Onde nunca mais chegará. E onde o esperavam um filho de meses e a mulher. Mais uma banal tragédia para duas pessoas, às vezes são quatro, podem ser sete nas casas dos Amarildos? Sem interesse político para explorá-lo, será só isso mesmo, "mais uma briga de torcida que acaba em morte". É, no entanto, um gigantesco questionamento ao país e à sua perdição cega e surda, embalada pela degeneração de suas "elites", todas elas.</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: red; line-height: 24px;"><b> Briga de torcida? Bandos de criminosos estão agora atacando a polícia, no que assim representa a segunda fase --a da reação-- do programa de UPPs, as Unidades de Polícia Pacificadora cuja instalação em cidadelas do crime restaurou muito do Rio. No país todo, qualquer incidente, inclusive se provocado por bandos criminosos em disputa, leva à interrupção de ruas e estradas, incêndios de ônibus e carros, já também de moradias destinadas à própria pobreza. A internet convoca sem cerimônia e sem restrição para violências, não lhe bastando os brasileiros, também contra os estrangeiros que venham à Copa e até contra times.</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: red; line-height: 24px;"><b> À espera do ônibus ou dentro do carro, branco, negro, pobre, rico: o Brasil se embrutece. E o Brasil nem sequer se nota.</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: red; line-height: 24px;"><b><br /></b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: red; line-height: 24px;"><b><br /></b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: red; line-height: 24px;"><b><br /></b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: red; line-height: 24px;"><b>[1] Folha de S. Paulo, 26 de fevereiro de 2014.</b></span></div>
</div>
Raimundo Matos de Leãohttp://www.blogger.com/profile/09696199218765801587noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5078707350864661251.post-46318563659732495862014-02-21T21:30:00.004-03:002014-02-21T21:32:58.774-03:00Registro 451: Memorial de Artes Cênicas Brasil - Cena Nordestina<br />
<span style="font-size: x-large;"><a href="http://www.memorialdeartescenicas.com.br/site/">http://www.memorialdeartescenicas.com.br/site/</a></span>Raimundo Matos de Leãohttp://www.blogger.com/profile/09696199218765801587noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5078707350864661251.post-57003113660639299362014-02-16T09:20:00.003-03:002014-02-16T09:20:49.570-03:00Registro 450: Uma medida irresponsável<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">O governador da Bahia, Jaques Wagner, liberou a venda de bebida alcoólica nos estádios, um comércio suspenso em todos os estádios brasileiros. Parece-me uma atitude movida pelo jogo do capitalismo selvagem, este que destrói valores e princípios em nome do vil metal.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Diante da violência constante das torcidas durante os jogos, causando ferimento e mortes, embriagar torcedores é estimular as agressões. É sabido que o álcool desencadeia uma série de comportamentos, entre eles o instinto agressivo que liberado sem reservas é letal. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Não se sabe o que ocorreu para que a negociata fosse concluída, mas muita água rolou por debaixo da ponte, ou seja, grana, muita grana. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Vai aqui o meu protesto.</span></div>
Raimundo Matos de Leãohttp://www.blogger.com/profile/09696199218765801587noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5078707350864661251.post-25220847281344938932014-01-04T08:59:00.000-03:002014-01-04T08:59:00.270-03:00Registro 449: Vamos descendo ladeira abaixo<div style="text-align: justify;">
O texto aqui reproduzido pelo seu valor reflexivo, é de autoria de um artista-pedagogo. Seu olhar crítico nos faz pensar sobre o que estamos fazendo, ou melhor, o que não fazemos. Tenho vivido tal situação na cidade onde vivo, Salvador, no condomínio onde resido e, como artista-pedagogo tento de alguma forma alertar para esta situação. No entanto, constato que a realidade descrita no texto de Zecarlos Andrade não chama a atenção da maioria que aceita tudo como está. Quando comento a situação caótica e desrespeitosa, as palavras perdem-se no vento. O texto é longo, mas vale a pena dar uma lida.</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<b>INFELIZ FUNK NOVO</b></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: right;">
Zecarlos Andrade</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sou santista de coração! Nasci na Gota de Leite, fui batizado no Montserrat, morei na Vila Mathias, mas há muito tempo subi a serra e vim para a capital. Neste final de ano, saindo das atribulações de São Paulo, desci para a Praia Grande em busca de um pouco de paz e sossego à beira mar. Adquiri há pouco tempo um apartamento que, pensava eu, poderia ser meu refúgio neste mundo conturbado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A primeira e triste constatação foi que, apesar dos esforços diários dos garis, as praias estão imundas. Observo que as pessoas que as usam se incumbem de sujá-las, manifestando uma característica típica da cultura brasileira, que entende o coletivo como algo que não pertence a ninguém. O que deveria ser de todos, dá a impressão de não ter dono.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Crianças comem e jogam displicentemente os detritos na areia, ao lado de seus pais que, indiferentes, não vêm nisso nenhum erro. Afinal é tempo de férias! O lixo se acumula e os banhistas desviam-se de toda a sorte de imundice que vai sendo descartada sobre a areia até que com certa naturalidade, como se isso fosse normal. É evidente que essas crianças, ao fazerem isso e não recebendo de seus pais nenhum tipo de orientação, entendem, entenderão e passarão aos seus filhos a compreensão de que este é um procedimento considerado habitual, no qual o respeito pelas demais pessoas é algo que não merece ser levado em conta.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Essas crianças, desacostumadas a limites, crescem, tornam-se jovens que, com algum dinheiro no bolso e muita sede de poder e de consumo, transformam-se em pequenos transgressores que, ainda assim, aparentemente, não estão fazendo nada errado. Equipam os carros com caixas de som extremamente potentes e saem pelas ruas obrigando os demais cidadãos a se submeterem ao seu gosto musical: o funk.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O equipamento sonoro é uma forma evidente de demonstração de poder, pois quanto mais dinheiro houver em caixa, maior será a tecnologia empregada. Desnecessário dizer a esses jovens que esse capital seria muito mais bem aplicado em livros, cursos ou qualquer outro mecanismo que ampliasse os horizontes do conhecimento. O “funk” abomina o saber e quanto mais estúpido e ignorante for a sua cartilha, maior será o cordão de seguidores que professa a mesma fé.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não sou retrógrado e nem reacionário. Apenas observo os fatos ao longo da história. O “rock and roll” quando surgiu, ao final da segunda da guerra, encontrou forte reação das camadas mais conservadoras, mas trazia em seu bojo uma semente de renovação que, infelizmente, não se percebe nesse novo ritmo. Percebemos apenas o som repetitivo, hipnotizante, monocórdico, pobre de melodia e se fosse só isso, não seria nada. As letras são uma apologia ao mau-gosto, à vulgaridade, ao sexo praticado descompromissadamente, no qual a parceira é como o salgadinho que se come na praia e, depois de se ter alcançado a satisfação individual, joga-se a embalagem fora, para que seja pisada pelos que passarem depois.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ainda referindo-me às letras das pseudo-músicas, nota-se que o apelo é 100% sexual, demonstrando de forma evidente que esta questão permanece não resolvida para esses jovens. A mulher é colocada no mais baixo grau da serventia humana; nada mais do que um instrumento do prazer momentâneo, frequentemente chamadas de cadelas, vadias, piranhas e o vocabulário vai baixando o nível, até que se torna inegavelmente chulo. São essas mesmas jovens que mais tarde serão espancadas pelos seus companheiros, acostumados a sujar as praias e a maltratar animais. Costumo perguntar-me se esses jovens ouvem essas músicas em casa, ao lado de seus pais, para saber deles o que pensam a respeito. Acredito que não! Os pais quase não permanecem mais em casa e família é um conceito que está às beiras da extinção. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na poesia medíocre do “funk” alusões grosseiras ao ato sexual são corriqueiras. Aquilo que deveria ser um encontro de corpos em harmonia, nada mais é do que um exercício decadente do prazer pelo prazer, no qual o outro nem mesmo se parece com um ser humano e o que interessa mesmo é demonstrar uma artificial superioridade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Apesar da grosseria nas relações sociais, da banalização do sexo, da degradação geral dos valores, os jovens, que começam comendo salgadinhos e jogando a embalagem na areia, acham que as demais pessoas são tiranamente obrigadas a partilhar das suas mazelas. O som, altíssimo, percorre as ruas, ou estaciona em frente aos prédios, porque afinal a rua é pública e isso quer dizer que não tem dono, concluindo-se portanto que estamos em um território onde tudo é permitido. Estacionam seus veículos a madrugada inteira, pouco importando se há alguém que deseje descansar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Pobres jovens esses que comem salgadinhos e ouvem funk e que desconhecem que liberdade não é fazer tudo que se tem vontade, mas, sim, poder fazer tudo que a lei permite (E olhem que esse é um conceito iluminista do Século XVIII). Sem dúvida estamos nos embrutecendo e nos aproximando rapidamente da barbárie, se é que já não chegamos lá.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Enquanto ouvem o funk e entorpecem o espírito, os jovens lançam mão da bebidas e outros aditivos, para aumentar o prazer e torná-los ainda mais predispostos a agir por impulsos irracionais que, às vezes, terminam em tragédias. Vi inúmeros desses carros sonoros, depois de longa balada, partirem velozes e furiosos, dirigidos por adolescentes em visível estado de consciência alterado, ou, para que se entenda melhor: bêbados e drogados. Torçamos para que cheguem vivos em casa, se é que possuem uma...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Se cresce a onda de violência na baixada e aumentam os índices de criminalidade, não tenham dúvidas de que isso é uma reação em cadeia e que tudo começa lá atrás quando, inocentemente, em um dia de verão, come-se um salgadinho na praia e joga-se o papel na areia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Pergunto-me: quais serão os valores que norteiam, ou nortearão a vida dessa geração funkeira, acostumada a impor sua vontade e desprezar a dos que estão à sua volta, entendendo que o mundo gira em torno do seu próprio umbigo. No momento em que esses jovens constatam que a realidade que os cerca é muito mais cruel e consiste em um conjunto de sistemas corruptos que eles mesmos ajudaram a construir é que se atravessa a última barreira da civilidade para ingressar no crime. Só não vê quem não quer que uma coisa leva à outra, considerando-se que a prática arbitrária de impor seu gosto aos demais, esbarra nos limites de uma lei que, apesar de agonizante, ainda existe e, quando cumprida, superlota os pobres presídios deste vasto país.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quanto exagero pensarão alguns que se dispuserem a ler esta carta até o fim. “São apenas jovens se divertindo, ou melhor “zoando”... Depois isso passa...” – Enganam-se! Passar, passa, como passa tudo nessa vida, mas deixa sequelas cada vez mais profundas que vão, aos poucos, diante dos olhares complacentes, corroendo nossos alicerces de moralidade e minando as possibilidades de termos no futuro uma sociedade mais justa, mais sensata e mais equilibrada.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
As autoridades parecem estar com as mãos amarradas e nada podem fazer para coibir esses abusos. Devem entender que diante de outras tantas questões mais graves, essa é de menor importância, sem no entanto perceber que um passo conduz ao outro nesse caminho, que se revela uma escalada em direção ao caos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não vejo outra solução para este problema que não passe pelo filtro da educação que, sabidamente, é uma das últimas preocupações dos nossos políticos. A classe que detém o poder, inteligentemente, sabe que se educar o povo, jamais será eleita com tanta facilidade. Deve ser por isso que há gente por aí dizendo que “o funk é a produção cultural de uma camada expressiva da juventude “ – Não caiam nesse engodo, caros leitores. Essa é apenas uma tentativa de fazer média para permanecer no poder, conquistando o voto desses jovens e mantendo-os na ignorância. Em assim sendo, tanto a política quanto as nossas praias continuarão sujas!</div>
Raimundo Matos de Leãohttp://www.blogger.com/profile/09696199218765801587noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5078707350864661251.post-91033959795686176752013-12-24T13:35:00.003-03:002013-12-24T14:07:09.485-03:00Registro 448: Cena natalina de Cândido Portinari.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-RuUeAuCEGfs/Urm3rxX-bkI/AAAAAAAABZE/2s_9Scmm6LU/s1600/Manjedoura_Portinari1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-RuUeAuCEGfs/Urm3rxX-bkI/AAAAAAAABZE/2s_9Scmm6LU/s1600/Manjedoura_Portinari1.jpg" /></a></div>
<br />Raimundo Matos de Leãohttp://www.blogger.com/profile/09696199218765801587noreply@blogger.com1