terça-feira, 26 de maio de 2009

Registro 268: Depoimento VII

O jornal O Estado de S. Paulo em seu Caderno 2 - Cultura - sempre aos domingos - apresenta um espaço denominado Antologia Pessoal, no qual profissionais das artes dão o seu depoimento sobre assuntos de sua área. As perguntas não variam, são sempre as mesmas. Ao apropriar-me da idéia, acrescentei uma pergunta e reformulei algumas; basicamente são as mesmas do jornal.Assim, convido artistas baianos ou residentes em Salvador para deixar o seu depoimento no blog Cenadiária. Cada participante indicará um artista para que se forme uma rede de registros e opiniões. Semanalmente, a Cenadiária vai trazer uma personalidade do teatro baiano para o deleito do leitor. Divirta-se.

Sergipano de nascimento, desde jovem Harido Déda "sentou praça" na Cidade da Bahia. Ator, diretor teatral, mestre em Arte Cênicas, professor da Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia. Participante do Centro Popular de Cultura - CPC, fundador do Teatro de Arena na Bahia, Harildo Déda tem em seu vasto currículo uma série de espetáculos, filmes e participações em novelas e mini-séries. Nos anos setenta ingressa no Teatro Livre da Bahia trabalhando sob a direção de João Augusto.

1 – Que atores ou atrizes cujo trabalho em teatro você acompanha?

Yumara Rodrigues

2 – Que atores ou atrizes de cinema compõem a sua galeria de favoritos?

Marlon Brando, Paul Newman, Pacino, Meryl Streep, Bette Davis.

3 – Qual diretor de teatro cujo trabalho faz você retornar ao teatro?

Marfuz, Paulo Dourado, Guerreiro e, é claro, Hackler.

4 – Dê exemplo de um criador teatral muito bom, mas injustiçado.

Todos que eu conheço são muito bons e injustiçados

5 – Cite uma criação teatral surpreendente e pela qual você não dava nada.
Eu, Brecht, de Deolindo Checcucci

6 – A cena baiano-brasileira tem alguns momentos teatrais antológicos. Cite algumas que marcaram sua vida.
O Bonde Chamado Desejo, direção de Charles Mac Gaw, Morte e Vida Severina, direção de Luiz Carlos Maciel, Stopem, Stopem e Os Cordéis, de João Augusto

7 – Que encenação lhe fez mal, de tão perturbadora?
Roda Viva, de Zé Celso

8 – Que espetáculo teatral mais o fez pensar?
As Três Irmãs, direção de Enrique Diaz, Hamlet (W. Moura - Aderbal)

9 – Comédia é um gênero de segunda?
Não!!! Mas muita gente que faz acha!

10 – Cite uma peça difícil, mas significativa.
Heda Gabler

11 – Cite uma encenação que imagina ter sido memorável e você não viu.
As Três Irmãs, direção de Gianni Ratto, Calígula, direção de Martim Gonçalves, com Sérgio Cardoso

12 – Uma encenação difícil, mas inesquecível.
A Casa de Bernarda Alba, direção de Possi

13 – Que texto(s) escrito(s) nos últimos dez anos merecia um lugar na história do teatro brasileiro?
E tem? Me lembre pelo amor de Deus!

14 – Qual o texto dramático clássico brasileiro, de qualquer tempo, você recomendaria encenações constantes?
Rasga Coração, Eles Não Usam Bleque-Tai, O Noviço, Álbum de Família, Vestido de Noiva

15 – Cite um(a) autor(a) sempre ausente dos cânones que merece seu aplauso?
...

18 – Que montagem (ou ator, autor, diretor, cenógrafo, figurinista, iluminador) festejado pela crítica você detestou?
Não sei.

19 – E que montagem (ou ator, diretor, autor) demolida por críticos você gostou?
As que eu vi na Bahia? Todas!...

20 – Qual peça e personagem gostaria de fazer? Você pode escolher três.
Qualquer Shakespeare, Em Família de Oduvaldo Vianna Filho, Gata em Teto de Zinco Quente.

21 – Que virtude você mais preza no teatro de qualidade?
A síntese.

22 – O que mais incomoda você no mau teatro?
A empáfia; o pretexto.