Laços brancos que nem pombas pousam sobre as árvores,
marcos sagrados ao longo do caminho.
Sigo de ônibus... pelas janelas vejo a vida que passa.
Penso naqueles que foram abatidos pela intolerância
de ontem, e sobretudo de agora.
Intolerância gerada pelo capital da fé.
Irmãozinho, o que interessa é a grana.
Meu coração, terra sagrada, abriga o indizível
As máscaras vazias poluem a cidade
são caretas assustadoras.
De suas bocarras saem sorrisos congelados.
Palavras matraqueadas
De-co-ra-das, des-co-ra-das.
Batatadas
Desvitalizadas
Saio da livraria cuidando amorosamente
de Cartas a D.
Basta o primeiro parágrafo...
Parado no ponto de ônibus, eu me lembro de
Ensaio sobre a cegueira, o filme.
Branco