sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Registro 293: Nine

Os críticos torcem o nariz, o público americano não foi conferir e até agora as premiações ignoraram Nine. Eu gostei muito. Assisti com prazer. Ainda que tivesse na retina-memória as imagens instigantes de 8 1/2 de Felini, não fiquei comparando os filmes. As atrizes estão ótimas, cantam dança e representam, um clichê quando se quer falar da capacidade dos intérpretes americanos, embora o elenco estelar não seja de americanos. E ver Sofia Loren em forma é de fazer a gente gritar no escurinho do cinema, que estava vazio. O que para mim é ótimo. Não gosto de cinema cheio. Como sempre, Daniel Day-Lewis dá conta do recado.
Preparo-me para ver Invictus. Um chato da Folha de S. Paulo meteu o malho. Diz que o filme é previsível. Melodramático! Não acredito,mas vou conferir. Ah, não esquecer Preciosa.
Na minha lista de 2009 não inclui Proposta para um Tempo de Paz, de Daniel Filho. Aqui em Salvador queimaram o filme, da mesma forma como queimara Katin a poderosa denúncia de Andrei Wajda. Vi na TV, paga. A aberta é um lixo! A outra ainda possibilita que possamos ver coisas que as redes de cinema abortam.



quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Registro 292: Homenagem a Zilda Arns e ao povo do Haiti

O Nobel da Paz brasileiro

ELIANE CANTANHÊDE

BRASÍLIA - Zilda Arns foi o que todas nós, ou muitas de nós, gostaríamos de ser ou de ter sido: uma mulher de infinita dedicação às suas crianças, à sua gente, ao seu país e ao seu mundo.
Ela morreu como viveu: chacoalhando em desconfortáveis jipes militares, aos 75 anos, numa guerra contra a pobreza, a sujeira, a ignorância. A favor da vida. Morreu para que tantos outros vivessem no pequeno Haiti, o mais miserável país da América Latina, quase um encrave da África pobre na região.
Médica, especializada em educação física e pediatria, coordenadora da Pastoral da Criança da CNBB, Zilda foi indicada três vezes pelo Brasil para o Prêmio Nobel da Paz.
Merecia, e seria uma honra para cada um de nós. Mas ela não era só brasileira, era do mundo.
Suas soluções simples, baratas e enormemente eficazes cruzaram fronteiras e foram salvar vidas em 15, 20 países pobres da América Latina e da África. Coisas assim como lavar as mãos, tomar banho, aproveitar os alimentos até o último detalhe. Quem não leu sobre macerar cascas de ovos para adicionar cálcio à alimentação de pobres? Quem não sabe da mistura caseira para salvar crianças de desnutrição e desidratação?
Sua história e seus ideais se confundem com os de um ícone mundial, que foi Madre Tereza de Calcutá. Mas Zilda não era freira, não usava hábito e dedicou sua vida à vida alheia, mantendo-se bonita, vaidosa, imensamente feminina. Não interpretou um papel. Era apenas ela mesma em ação.
Se Zilda Arns tivesse morrido de uma doença qualquer, de um acidente qualquer, mesmo assim sua morte teria imensa repercussão e geraria uma tristeza nacional. Quis o destino, ou a sua saga, que ela morresse no Haiti, num terremoto.
Torna-se, portanto, uma personagem única, cercado por símbolos e exemplos que deixam marcas, rastros. Zilda, definitivamente, não passou pela vida em vão.

O texto publicado no jornal Folha de S. Paulo (14.01.2009) merece a nossa atenção.
Rezemos pelo Haiti, pensemos no Haiti. Ajudemos o Haiti.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Registro 291: Notícias do ano que passou

Não farei a lista do melhores do ano. Elas são sempre falsas, mas registro acontecimentos que vivi em 2009. Tais acontecimentos ficam como momentos de intensa magia. E os registros estão guiados somente pela subjetividade, de outra forma não seria, visto que não pretendo estabelecer nenhum juízo de valor. Quero apenas o registro daquilo que ficou em mim como um elo emocional, afetivo

Conclui mais um livro e enviei para algumas editoras. Espero que um delas aceite Dias de Busca e Um Achado. Meus livro publicados, Primavera Pop!, Braçoabraço, Da Costa do Ouro, De Cara Para o Futuro, Bacanas e Famosos no Caderno de Autógrafos e Um Grilo no Pedaço, continuam vendendo, espero que sejam lidos.

Em maio, lancei Transas na Cena em Transe: teatro e contracultura na Bahia (EDUFBA). De vez em quando alguém faz um elogio ao trabalho. Fico contente... O teatro baiano (1966-1974) e seus artistas proporcionaram o material necessário para a feitura do livro.

Assisti aos ótimos filmes Canções De Amor, Bem Vindo, Crônica de Natal, Bastardos Inglórios, À Deriva. No teatro apreciei A Canoa, Deciembre, Caso Sério, A Última Sessão de Teatro, Noite de Reis, Pinóquio.

Li alguns livros: Indignação de Philip Roth, Seleção Natural de Otávio Frias Filho, Estilo Tardio de Edward Said, Bendito Maldito, uma biografia de Plínio Marcos por Oswaldo Mendes, Estátua de Sal (2008) de Albert Memmi, e muitos outros... Reli livros de Fanny Abramovich e recebi de Cecília da Silveira Luedemann Carrapicho. A jovem escritora foi minha aluna no Scholem Aleicham

A biografia de Plínio Marcos, eu ainda não terminei, mas o livro é muito bem escrito embora tenha algumas informações incorretas sobre a atuação de Alberto D'Aversa na Bahia, mas isso não diminui o valor do livro. Pronto, lá vou eu fazendo apreciação.

Aguarda na mesa de cabeceira o livro de Cláudio Magris Às Cegas. O livro vai ter que esperar, já que tenho pela frente uma empreitada que merece a minha dedicação e meu empenho.

Além disso, acompanhei com bastante interesse os blogs de Daniel Pizza, Luiz Carlos Merten, Zanin e Celso Júnior.

Espantei com a situação do Centro Histórico de Salvador quando acompanhei uma amiga paulistana interessada no Barroco. Torci pelos artistas baianos, principalmente os companheiros de ofício. Espero dias melhores...