sábado, 20 de setembro de 2008

Registro 207: Ida e volta

Laços brancos que nem pombas pousam sobre as árvores,
marcos sagrados ao longo do caminho.
Sigo de ônibus... pelas janelas vejo a vida que passa.
Penso naqueles que foram abatidos pela intolerância
de ontem, e sobretudo de agora.
Intolerância gerada pelo capital da fé.

Irmãozinho, o que interessa é a grana.

Meu coração, terra sagrada, abriga o indizível

As máscaras vazias poluem a cidade
são caretas assustadoras.
De suas bocarras saem sorrisos congelados.
Palavras matraqueadas
De-co-ra-das, des-co-ra-das.
Batatadas
Desvitalizadas

Saio da livraria cuidando amorosamente
de Cartas a D.
Basta o primeiro parágrafo...

Parado no ponto de ônibus, eu me lembro de
Ensaio sobre a cegueira, o filme.
Branco

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