sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Registro 290: Estado laico
domingo, 13 de dezembro de 2009
Registro 289: 13 de dezembro
domingo, 6 de dezembro de 2009
sábado, 5 de dezembro de 2009
Registro 296: Espanto!
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Registro 295: Corajoso posicionamento
Meu nome é dirigismo, e escreve-se na pedra!
Gideon Rosa
A classe artística pode e deve imediatamente reagir a declaração (jornal A TARDE, 27.11.2009, pág. A-8, editoria de Salvador) arrogante e cínica do diretor do Teatro Castro Alves quando, para tentar justificar a ausência de inscrições para os editais do Núcleo do TCA, disse: “Meu questionamento a isso tudo é que talvez essa propalada crise na cultura esteja acontecendo dentro do cerne (sic) dos criadores. Mas vamos relançar o edital do tema livre ainda em dezembro em data a ser anunciada até o fim da semana que vem... no caso de novamente não haver inscritos com documentação em ordem minha posição é de que não haja uma terceira tentativa... “
Os stanilistas remanescentes – no Brasil e no mundo – devem estar todos com os pelos eriçados. Jamais, em tempo em algum, foram tão competentes quantos esses gestores da cultura baiana: eles possuem talento inigualável para mentir, distorcer, manipular, cooptar, coagir pela força do vil metal e, principalmente, enriquecer aproveitando as brechas da legislação, mantendo a cara de humildade.
Qualquer gestor com uma vírgula de humildade iria desejar investigar as razões pelas quais os artistas baianos não quiseram se inscrever nos editais do Núcleo do TCA. Se assim o fizesse, iria descobrir que a razão pela qual os artistas se afastaram – àqueles que ainda possuem brios e respeito pelo seu ofício – é pelo simples fato de não desejarem se submeter ao atual grau de dirigismo do processo criativo embutido nos editais. Os editais estão atualmente configurados de modo nocivo à produção artística, e, claro, ao processo criativo. Os editais são – todos, indistintamente, não importa a unidade, se na Funceb, se no Irdeb, se no TCA, em qualquer campo – um emaranhado manual de como os artistas devem manejar seu processo criativo. Isso é uma afronta inaceitável para quem se respeita!
Aí então, àqueles que ainda possuem algum discernimento se recusam a concorrer a um prêmio de R$ 200 mil para uma montagem (menos o desconto linear de 20%), cujo edital estipula um número mínimo e máximo de atores, o que configura uma descarada ideologia de reparação social através da arte. Além disso, exige-se um piso salarial de R$ 2.500,00 (para atores) e técnicos (variadas faixas) durante três meses. Mas esquecem de fazer as contas. Quem é o artista que, antes de começar, conhece todas as démarches do processo criativo? Ainda não nasceu quem o soubesse. Um processo criativo pode durar um mês, 14 ensaios, 40 ensaios, não há parâmetro; só as necessidades do trabalho vão determinando isso.
Para agravar, os editais exigem que os ganhadores ministrem uma série de oficinas tão idiotas que o coitado passará mais tempo elaborando as oficinas (se for honesto, claro) que não terá tempo de pensar artisticamente em sua própria montagem. Sem falar que as parcelas não são pagas no tempo devido, mas as despesas de produção não esperam, e a prova disso é que a última produção do Núcleo do TCA (Jeremias...) teve um final melancólico: dívidas, brigas internas, inadimplência, troca de elenco etc.
Mas os editais da Funarte, Caixa Cultural, Petrobrás e outros que existem por aí têm salvo parcialmente a situação. A vitória dos artistas baianos nesses editais externos comprova, com clareza, que os artistas baianos não estão em crise criativa. A crise é, verdadeiramente, de gestão, de ausência de um plano para as artes, como confessou publicamente o próprio secretário, muito embora a grande mídia não tenha registrado essa frase emblemática. Em resumo, são esses editais externos que permitem que se dê uma pequena volta por cima dessa perseguição implacável aos artistas implementada pelos atuais gestores da cultura baiana. São eles que têm mantido a dignidade mínima da produção artística da Bahia. Poderia ser mais, mas a arrogância resolveu colocar tudo no mesmo balaio e o resultado é uma confusão da qual nem eles próprios conseguirão mais sair.
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Publico o texto do ator Gideon Rosa, pois trata-se de um pensamento corajoso a respeito de uma questão que não pode ser deixada de lado. Se a culpa está na política cultural do atual governo, refletindo-se em uma edital que não desperta interesse entre os artistas de teatro, é necessário que os mandatários revejam sua postura. Ainda que estejam nos cargos para se colocarem na defesa de uma proposta político-partidária, que repensem suas ações à luz do bom senso, visto que tal projeto vem se mostrando ineficaz. Que as palavras de Gideon Rosa se propague, não como assunto de fofoca, mas como um alerta para todos os artistas e principalmente para aqueles que estão no poder. Poder passageiro, diga-se de passagem! A vingança não é a melhor atitude.
sábado, 28 de novembro de 2009
Registro 294: A última sessão de teatro

Da mesma forma, senti a falta de depoimento dos companheiros da "antiga" no programa.
Criada a moldura, instalada a atmosfera pela habilidade do diretor, eis que entra em cena o ator, o personagem, o ator-personagem? O jogo inicial é o do teatro dentro do teatro. E logo sabemos que o ator-personagem já não consegue se lembrar dos textos. A memória falha. E é sobre isso que ele fala, mas fala, sobretudo dos significados do teatro. E nos pergunta, e a si mesmo, se o teatro ainda significa alguma coisa. A ironia de tudo: o ator é conhecido por HD, mas sua memória falha e ele abandona o teatro quando da temporada de Rasga Coração, o monumental e controverso texto que Oduvaldo Vianna Filho nos legou do leito do hospital. Não há aqui a pretensão de analisar o embate geracional que o talentoso autor traz em seu texto, mas informar que ele vai servir, em A Última Sessão de Teatro, para ilustrar de maneira muito apropriada a temática que Luiz Marfuz escreveu para Harildo Déda.
No desenrolar do enredo, mais um texto agrega-se ao tema da peça - a relação de um velho ator com um jovem desejoso de se tornar ator tal qual seu ídolo. Fato que acontece quando HD, depois de muito relutar, passa a lhe ensinar o ofício. O texto seguinte, Eles Não Usam Black-tie de Gianfrancesco Guarnieri, serve de contraponto, da mesma forma que Rasga Coração, somando-se a uma situação conflitante da peça de Marfuz. No dia do teste para o papel de Lucas na montagem de Rasga Coração, retorno de HD aos palcos, o jovem Luiz Fernando mente, justificando o seu atraso. Sua mentira convence o mestre e ele ganha o papel. Ao ser descoberto é expulso da casa por HD e por sua companheira, Olga. Nos textos de Guarnieri e Vianinha, um pai bate-se com um filho; duas gerações, com pensamentos diversos entram em conflito. Nas duas peças, apesar do afeto que une os dois, o filho é expulso de casa. De forma engenhosa, sem grandes malabarismos, Marfuz arma a sua trama e expõe de maneira muito viva os três momentos, costurando-os de forma bastante segura. Esse mecanismo torna seu texto abrangente, ele pode falar a outra faixa de público, aquela que não é do meio teatral, já que o seu texto está permeado de referências somente conhecidas para quem é do métier ou conhece Harildo Déda.
Antes de introduzir os dois textos consagrados da dramaturgia nacional, Marfuz insere na cena o "inventor do humano", fazendo HD interpretar monólogos retirados de peças de Shakespeare, autor que ele usa também para ensinar Luiz Fernando a dizer um texto. Para quem conhece as habilidades do ator-professor com o universo do bardo, fica em nós a vontade de vê-lo em cena interpretando as monumentais criações de Shakespeare. Ao dizer o monólogo de Lear, o intérprete deixa ver o que pode fazer com o papel. Fosse noutra praça, o nosso primeiro ator, teria condições de fazer o Rei Lear na totalidade, ou Próspero de A Tempestade.
Esclarecido o embuste, recurso que Luiz Fernando usou para ganhar o papel, tanto HD quanto Olga acolhem o jovem, que vê a sua chance chegar. No final de A Última Sessão de Teatro, diferentemente dos personagens Lucas e Tião, das peças citadas, Luiz Fernando se integra ao núcleo "familiar" e passa a fazer parte da família do teatro, unindo-se ao elenco da montagem de Rasga Coração, sem antes ouvir reprimendas do mestre. A relação mestre e discípulo se completa.
O espetáculo se ergue sem pirotecnia por parte do diretor. Marfuz está a serviço de uma ideia e do seu intérprete, Harildo Déda. Sem descuidar de Neide Moura (Olga) e revelando Fernando Santana, ator com futuro promissor, o diretor arma a cena de maneira que os personagens apareçam e os atores possam mostrar a competência necessária para comunicar-lhes ao público. É certo que o foco é HD, e seu intérprete sabe tirar partido desse personagem tão próximo dele. De maneira irônica, ele expõe seus cacoetes e nos convence de que não é ele quem está em cena. Esse jogo torna o espetáculo uma demonstração de sua metamorfose. Mas todo tempo, é como se ele piscasse nos enganando. Hypokrités.
Na estréia, contando com a cumplicidade da plateia, Déda não se deixou levar por esse sentimento, mas soube tirar partido da situação e nos envolveu sedutoramente. Tanto nas passagens realistas da peça, quanto nos momentos de reflexão, parênteses que se abrem ao longo do drama, ele se utiliza do cabedal que a vida no palco e na sala de aula lhe deram. Atinge nos monólogos uma qualidade interpretativa invejavel para qualquer ator que queira estar no palco com a segurança que ele tem. Nesses momentos, o ator utiliza e domina os recursos vocais e corporais para nuançar as palavras que brotam de uma compreensão que tem do texto. A palavra compreendida soa clara e precisa, pois dita pelo domínio da técnica, sem o artificialismo teatralista, mas reveladora da teatralidade. Essa compreensão do que é estar no palco, essa outra realidade, Harildo Déda mostra sem pomposidade e divide a cena com seus companheiros. Gostaria de têlo ouvido completar as canções que em dois momento entoa. O mágico e inesperado momento em que começa a cantar Over the Rainbow é interrompido sem que a cena se complete. Uma pena! O fugaz momento em que canta um trecho de Zumbi (Guarnieri, Boal, Edu Lobo) poderia se concluir. Déda tem recursos de cantor para exibi-los, como já o fez na montagem de Zumbi (1966) sob a direção de Álvaro Guimarães e na Companhia das Índias (Nelson de Araújo, Orlando Senna), em 1968, quando cantava à capela Ol Man River.
Neide Moura, tem nas mãos o personagem mais ingrato. No jargão e na tradição do teatro, é escada para o protagonista. Por isso, Olga não lhe dá possibilidade de grandes vôos, mas a atriz corresponde ao que lhe é dado, marca com sua presença a cena. Na silenciosa Romana de Black-tie demonstra qualidades de atriz presentes em toda a sua atuação.
Fernando Santana como Luiz Fernando, o jovem ator que se posta diante da casa de HD para ser atendido e realizar seu desejo, é uma grata supresa. Infunde verdade ao personagem, usa bem a sua bela voz e não se intimida diante dos atores experimentados com quem contracena. Uma boa promessa. A iluminação de Walter Santos e Luiz Marfuz é bem concebida, necessitando de pequenos ajustes. Toda produção revela cuidado e profissionalismo. Ao fim de tudo, fica-se com a certeza de que o teatro já não é uma recomendação médica como o foi na Grécia, nem mais uma cerimônia que unia a pólis. Ainda assim, consegue tocar de meneira indelével aos que se aproximam dele: os que trazem inpune a marca de Dioniso ou os querem comungar com os oficiantes de um rito já desencantado que nos arrasta quando é pleno nas suas constituintes.
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Registro 293: Texto de Fernando de Barros e Silva
domingo, 8 de novembro de 2009
Regsitro 292: Lá se foi Anselmo Duarte




terça-feira, 3 de novembro de 2009
Registro:291: Não deixe de ler
sábado, 31 de outubro de 2009
Registro 290: Biblioteca Osmar Rodrigues Cruz
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
sábado, 17 de outubro de 2009
Registro 288: Importante texto de Antonio Cícero
Quanto mais uma ideologia se pretender superior à crítica, tanto mais merece crítica |
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Registro 287: Parabéns, Fernanda Montenegro
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Registro 286: Depoimento IX

segunda-feira, 12 de outubro de 2009
Registro 285: Monólogos
Na dramaturgia, seja ela nacional ou internacional, encontram-se belas e inesquecíveis peças, tanto por suas qualidade formais quanto por seu conteúdo que demonstram para nós mesmos o que somos. Penso que conteúdo e forma se completam. Mas esse registro não tem como objetivo entrar em tal discussão. O que pretendo ressaltar aqui são alguns monólogos que me tocam, aqueles que não consigo esquecer. Vez em quando retorno às peças esperando o momento em que o monólogo se apresenta. Outras vezes leio somente o trecho e me dou por satisfeito. Essa leituras desencadeiam em mim uma série de sentimentos e reflexões.
Alguns desses monólogos que passo a transcrever já ouvi na voz de de intérpretes em encenações ótimas, boas e ruins. Mas isso não vem ao caso. Ou melhor, as ruins eu esqueci. No entanto o texto permanece, o texto escrito. Outros monólogos, tomei conhecimento pela leitura da peça. Eles serão publicados sem a preocupação didática. Portanto, não haverá coerência como relação aos genêros nem ao tempo histórico nem a estética que a peça se filia. A escolha é subjetiva; surge pelo avivamento da memória ou porque, repentinamente, o texto se avulta na confusão das estantes e o olho é chamado a vê-lo.
Os monólogos que abrem o registro fazem parte da peça Tio Vania de Anton Tchecov (Editora Veredas, 1994), escrita em 1897. Um é de Astrov, no primeiro ato. O outro é de Sonia no quatro e último ato da peça .
- VOINITSKII (rindo) Bravo, bravo! Tudo isso é encantador, mas nada convincente, portanto (a Astrov) nos permita, amigo, que continuemos usando madeira para aquecer nossas estufas e construir nossos celeiros.
- ASTROV Você poderia aquecer a estufa com turfa e construir o celeiro com pedras. Está bem, que seja, você pode cortar a árvore quando precisar... mas para que destruir as florestas? As florestas russas rangem sob os golpes de machado, milhões de árvores são derrubadas, os lares dos animais selvagens e dos pássaros são revirados, os rios se esgotam e secam, desaparecem para sempre as paisagens maravilhosas... somente porque não passa pela cabeça do homem preguiçoso dobrar as pernas e catar a lenha no chão. (A Ielena Andréievna.) Não tenho razão minha senhora? É um bárbaro insensato aquele que queima na estufa a beleza, destrói aquilo que somos incapazes de criar. O homem foi dotado de juízo e força criadora para que multiplicasse aquilo que lhe foi entregue, mas até agora nada criou, apenas destruiu. A cada dia as florestas minguam mais e mais, os rios se esgotam, a vida selvagem se extingue, o clima fica mais adverso e a terra cada vez mais se torna pobre e feia. (A Voinitskii.) Seu olhar é irônico e acha que eu estou falando besteiras... Talvez haja, de fato, algo de excêntrico nisso tudo, mas quando passo pelos bosques dos camponeses que salvei da destruição, ou quando ouço o sussurrar do bosque jovem que plantei com as próprias mãos, então sei que o clima depende um pouco de mim também, e se dentro de mil anos o homem for feliz, então eu também contribuí com uma pequena parcela para isso. Quando planto uma muda de bétula e mais tarde a vejo verdejante, agitando-se ao vento, minha alma se enche de orgulho e eu... (Percebe o criado, que lhe traz um copinho de vodca numa bandeja.) Mas... (Bebe.) Tenho de ir. Afinal de contas, tudo isso não passa de excentricidade. Meus respeitos! (Parte em direção à casa.)*******************
- VOINITSKII (Sonia, afagando-lhe os cabelos com uma das mãos.) Que peso sinto no peito, criança querida! Oh, se soubesse que peso!
- SONIA O que se pode fazer? Viver é preciso! (Pausa.) E nós viveremos, tio Vania, viveremos a longa, longa sequência de dias e de noites. Suportaremos com paciência os golpes do destino; trabalharemos sem descanso pelos outros, agora e na velhice, e quando chegar a nossa hora morreremos em paz, e lá, além do túmulo, diremos que sofremos, choramos, tivemos muitas tristezas, e Deus então se apiedará de nós, e ambos - você e eu, querido titio - conheceremos uma vida maravilhosa, cheia de luz, a alegria nos invadirá, e olharemos com um sorriso emocionado nossa infelicidade de agora - e descansaremos. Tenho fé nisso, titio, creio ardentemente, apaixonadamente... (Ajoelha-se diante dele e apóia a cabeça em seu braço; com a voz cansada.) Descansaremos. (Teleguin toca o violão suavemente.) Descansaremos! Ouviremos os anjos e contemplaremos o céu cravejado de diamantes e veremos que toda a maldade terrestre, todos os sofrimentos, mergulharão na misericórdia que encherá o universo, e nossa vida será tão tranquila, terna e doce quanto uma carícia. Eu creio nisso, eu creio... (Com o lenço enxuga as lágrimas do tio.) Pobre, pobre tio Vania, você está chorando... (Entre lágrimas.) Você não conheceu a alegria em sua vida, mas espere, tio Vania, espere... Descansaremos... (Abraça-o.) Descansaremos! (O guarda-noturno matraqueia. Teleguin toca suavemente. Maria Vasilievana faz uma anotação na margem do folheto; Marina tricota a meia.) Descansaremos! (A cortina desce lentamente.)
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Regsitro 284: O Canto de La Negra
sábado, 12 de setembro de 2009
Registro 283: Lembrança do tempo em que eu era ator
sábado, 5 de setembro de 2009
Registro 282: Coisa séria
Gosto da forma como pensa e escreve Clóviss Rossi. Por esse motivo copiei e colei sem pedir autorização.
MAUS COMPANHEIROS
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que gosta tanto de ditados tidos como populares, bem que poderia prestar atenção ao "diga-me com quem andas e te direi quem és". Se prestasse, teria dito à sua candidata Dilma Rousseff quais ilações podem surgir do fato de ela rezar ao lado do apóstolo Estevam Hernandes e da mulher dele, a bispa Sônia Hernandes, da Igreja Apostólica Renascer em Cristo, que foram presos nos EUA.
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Clóvissi Rossi escreveu de Londres, publicado em Folha de S. Paulo, 05 de setembro de 2009.
domingo, 23 de agosto de 2009
Registro 281: Impressões
O fato é a arte anima a gente, nos conforta, às vezes nos tira o equilíbrio desassossegando-nos. Falo por mim; a generalização fica por conta do desejo de que todos, homens e mulheres, fossem tocados pelo universo da arte. Diante da sujeira que rola noutras áreas, o que vai pela arte desse meu Brasil brasileiro diz muito do que esse país poderia ser e não é. Com essa afirmação, não quero dizer que a arte nos redime, purifica, salva. Coitado de quem acredita nisso. No entanto, penso que ela é um forte antídoto contra a barbárie. Nesse sentido, ela produz efeitos. Não faço aqui a defesa acrítica dos artistas. Alguns agem também como os políticos. Alguns são até políticos...