José do Patrocínio
Princesa Isabel
13 de Maio
Caetano Veloso
Dia 13 de maio em Santo Amaro
Na Praça do Mercado
Os pretos celebravam
(Talvez hoje inda o façam)
O fim da escravidão
Da escravidão
O fim da escravidão
Tanta pindoba!
Lembro o aluá
Lembro a Maniçoba
Foguetes no ar
Pra Saudar Isabel ô Isabel
Pra saudar Isabé
Dia 13 de maio comemora-se a abolição da escravatura. Mas há uma tendência, um pensamento em voga que tenta reescrever a história apagando o gesto da Princesa Isabel e com isso a luta dos abolicionistas, homens e mulheres que combateram para que se acabasse o trabalho escravo no Brasil. A letra cantada por Caetano Veloso, em seu disco Noite dos Norte, refere-se às comemorações pelo fim da escravidão. É a festa do Bembé. Como disse anteriormente, um ideário vem sendo propagado de maneira intensa, procura-se desfazer a importância do 13 de maio. Tal pensamento foi importado, via Universidade, dos Estados Unidos da América do Norte, por intelectuais brasileiros emprenhados por norte-americanos. É certo que vivemos em um país extremadamente preconceituoso, mas não apartado. Não praticamos nem defendemos a separação. Esta política racialista nos levará para um caminho nem sempre construtivo. A afirmação do brasileiro não passa por tal retórica, muito menos a afirmação dos negros e negras que povoam o país de Norte a Sul e marcam com sua cultura, seus trabalhos, suas religiões e sua arte a nossa história, ontem e hoje. Apagar o 13 de maio é ignorar a luta de muitos: negros, brancos, mulatos, intelectuais, artistas, estudantes e populares, cidadãos brasileiros que se empenharam para por um fim na ação desgraçada que nos manchou com a escravidão.
Viva Castro Alves.
Mas como diz Joaquim Nabuco, "a escravidão permanecerá por muito tempo como a característica nacional do Brasil. Ela se espalhou por nossas vastas solidões uma grande suavidade; seu contato foi a primeira forma que recebeu a natureza virgem do país, e foi a que ele guardou; ele povoou-o como se fosse uma religião natural e viva, com os seus mitos, suas legendas, seus encantamentos; insuflou-lhe sua alma infantil, suas tristezas sem pesar, suas lágrimas sem amargor, seu silêncio sem concentração, suas alegrias sem causa, sua felicidade sem dia seguinte.... É ela o suspiro indefinível que exalam ao luar as nossas noites do norte.
Assim, lembro o dia 13 de maio. E comemoro o ato libertador que marca a nossa história. Sei que a população negra no Brasil sofre e se vê em condições desfavoráveis, mas não será a política racialista que nos salvará. Somos uma país mestiço, somos um país agregador. Acredito e luto por isso.
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