O pássaro adentrou a sala num voo
claudicante. Pensei estar muito assustado. Por fim, ele pousa na moldura de um
quadro incorporando-se a paisagem pintada e ficou ali olhando a parede. Achei estranho,
tanto a posição quanto a sua quietude. Passado um tempo, deixei a sala sem
perturbá-lo, na esperança de que a ave encontrasse a saída.
O tempo passou...
Retornando para a sala, não
encontrei o pássaro no lugar onde o havia deixado, mas prestando mais atenção
ouvi um barulho de asas. Um barulho aflito. Ainda mais atento, percebi que a ave
estava atrás da cortina e presa entre o vidro e a grade pantográfica.
Aproximei-me cautelosamente e cuidadosamente retirei-o daquela prisão. Ao
entrar em contato com a minha mão e depois de ter alisado a sua cabeça, o
pássaro acalmou-se. Fiz a foto e soltei-a pela janela por onde tinha entrara.
Em vez de voar como eu esperava,
momentaneamente, ela ficou parada na palma da minha mão, com o se não soubesse
o que fazer. Em seguida voou. Pelo bater das asas vi que estava machucada.
Insegura, a ave pousou num carro estacionado no outro lado da rua. Fiquei
olhando-a preocupado com seu destino. Está é a história do pássaro em minha
mão.