Em cartaz no Teatro Martim Gonçalves, Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia, o espetáculo Protocolo Lunar, uma história de amor para todas as idades, cumpre com técnica e arte a sua missão, mostrar em um espaço poético a fábula contada por uma senhora "lunática" a uma garota, que sem questionar sobre lógica da existência da mulher secular, dialoga de maneira imaginativa, fazendo-nos mergulhar no universo da fantasia, do sonho e criação sem freios.
No espaço concebido por Sonia Rangel também dramaturga e diretora, a encenação mistura atores e bonecos para falar dos amores perdidos, mas que encontram lugar no espaço lunar. Espaço que se materializa de forma criativa evidenciada nos objetos iluminados com precisão e sensibilidade por Pedro Dutra.
Na primeira etapa da fábula, quando do encontro da Velha com a Menina, o diálogo permeado de nonsense nos faz sorrir e esperar pela segunda parte quando a velha conta sobre a paixão que se perde, mas não cria desconforto. Perder e ganhar fazem parte do jogo da vida, do aprendizado...
Ainda que a transição entre a primeira parte e a segunda se alongue, não perdemos o interesse pelo que acontece. Mas a ação ganharia desenvoltura houvesse um enxugamento em boa parte do texto. Com isso desapareceria o vácuo que há na dramaturgia textual e cênica. Tal observação não retira o mérito do conjunto, visto que a força do espetáculo está nas imagens que cria.
O diálogo entre os bonecos se dá através de uma língua inventada cuja sonoridade é cativante. Os atores manipuladores merecem aplausos por tais momentos.
No palco permeado de imagens incrivelmente belas, a encenação nos diz o que é a poesia, esta manifestação intraduzível por mais que queiramos conceituá-la. Ela se manifesta de maneira intensa em nossas vidas poetizando-a. E na peça, os livros que a Velha carrega nas malas são a prova de que a poesia se faz como elaboração de forças criativas que emanam do espírito humano, desencadeadas por um querer que não se submete a uma lógica estreita. Ela é livre e se faz na disparidade.
O diálogo entre os bonecos se dá através de uma língua inventada cuja sonoridade é cativante. Os atores manipuladores merecem aplausos por tais momentos.
No palco permeado de imagens incrivelmente belas, a encenação nos diz o que é a poesia, esta manifestação intraduzível por mais que queiramos conceituá-la. Ela se manifesta de maneira intensa em nossas vidas poetizando-a. E na peça, os livros que a Velha carrega nas malas são a prova de que a poesia se faz como elaboração de forças criativas que emanam do espírito humano, desencadeadas por um querer que não se submete a uma lógica estreita. Ela é livre e se faz na disparidade.
Protocolo Lunar cativa o público, vimos isto pela reação durante o espetáculo e no final, quando a plateia aplaude não por obrigação, uma atitude recorrente nos finais dos espetáculos em Salvador, me parece.
A equipe de Os Imaginários responsável pelo trabalho cênico constitui-se como um grupo vinculado ao projeto de pesquisa Imaginário e Processos de Criação. Centrando-se no universo de Teatro de Animação, a produção do grupo mostra-se inventiva neste espetáculo, assim como em Fragmentos, animação com Beckett.
Vale a pena conferir Protocolo Lunar. Para mim foi um experiência gratificante. Dormi contente e tive sonhos saltitando por entre meus lençóis.
Penso que Federico Garcia Lorca aplaudiria Protocolo Lunar e Sílvia Orthof também. Maria Clara Machado, certamente. Lewis Carrol,sem dúvida. Fanny Abramovich aplaudiria entusiasticamente.
Penso que Federico Garcia Lorca aplaudiria Protocolo Lunar e Sílvia Orthof também. Maria Clara Machado, certamente. Lewis Carrol,sem dúvida. Fanny Abramovich aplaudiria entusiasticamente.
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