quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Registro 446: FAUZI ARAP



Aos 75 anos falece em São Paulo 
o dramaturgo e encenador Fauzi Arap


Os deuses do teatro estão indóceis, levando os nossos grandes artistas. Mas os que têm memória guardarão para sempre seus trabalhos na cena. É o que acontecerá com Fauzi Arap. 

Fauzi Arap fará muita falta, não somente como ator que foi, mas como encenador e autor, funções que exercia com grandeza estética e humana. Tive o prazer e a felicidade de conviver com Fauzi Arap e com seu companheiro de vários trabalhos, Flávio Império. Que bela dupla. Vão se encontrar no infinito para fazer teatro.

O dramaturgo nos deixa um legado. Suas peças são profundamente humanas. "Pano de Boca" é a dramatização de uma crise do teatro, crise dos que fizeram teatro entre os anos 60 e 70. Um belo texto sobre o teatro e sua gente. 

Seu livro "Mare Nostrum" é de profunda sinceridade e sabedoria. 

Arap viveu longe dos holofotes e os que viram o ator em cena confirmam: ele era de uma intensidade monstruosa. Sensível, este homem formado pela Escola Politécnica enveredou pelo teatro e aí encontrou seu destino. 

Os que tiveram a felicidade de ver o show "Rosa dos Ventos", o deslumbrante momento da cantora Maria Bethânia sentiram a potência estética do encenador que nos deixa. Estou profundamente triste. Fauzi Arap guiou muitos atores pelos caminhos da vida no teatro e fez deles artistas iluminados em cena, a exemplo da atriz Célia Helena em "Pano de Boca".

Meu aplauso e uma lágrima para meu querido Fauzi Arap.

Nenhum comentário: