quinta-feira, 5 de abril de 2007

Registro 34:


Meditação é principalmente um meio para se atingir a liberação espiritual. Seus vários métodos são designados para afrouxar os laços físicos, permitindo que o individual ascenda ao transcendental, ao reino espiritual. Diz-se que quem realiza isto com sucesso atinge o Rúach Hacodesh, a “Inspiração Divina”, que é o termo hebraico genérico para “Iluminação”.

O mais conhecido método contemporâneo de meditação é o que envolve um mantra, uma palavra ou frase que é repetida continuamente durante um certo período de tempo A pessoa concentra-se no mantra à exclusão de tudo mais, limpando a mente de todos os pensamentos estranhos e separando-o do fluxo normal da consciência. Neste método, o mantra pode ser repetido verbalmente ou a repetição pode ser completamente mental. Este tipo de meditação é encontrado na Cabalá, especialmente entre as escolas mais antigas. Nos Hechalot, por exemplo, a pessoa começa sua ascensão espiritual repetindo 112 vezes vários Nomes Divinos.

Meditação com mantra é um exemplo de meditação estruturada dirigida externamente, na medida em que a pessoa se concentra em uma palavra ou frase definida, no lugar dos pensamentos espontâneos da mente (vagar mental). Como envolve uma prática específica, repetida por um período fixo de tempo, ela é considerada uma meditação estruturada.

Outro exemplo de meditação estruturada dirigida externamente é a contemplação, onde a pessoa olha fixamente para um objeto, colocando toda sua concentração nele. Em práticas ocultas, o tipo mais conhecido de contemplação envolve a concentração visual em uma bola de cristal. Outros tipos de contemplação envolvem mandalas, quadros ou letras, onde a pessoa se fixa nelas, enquanto esvazia a mente de todos os outros pensamentos. Na meditação cabalística, o mais simples instrumento contemplativo é o Tetragramaton (ou Tetagrama, o Nome Inefável de Deus), e isto é discutido até mesmo em trabalhos não cabalísticos. Formas mais complexas também são usadas, e este método parece haver alcançado seu ponto mais alto sob a influência do rabino Shalom Sharabi (1702-1777).

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KAPLAN,Aryeh. Meditação e Cabalá: teoria e prática. São Paulo: Editora Sêfer, 2005, p. 23

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