Dionísio
Vênus
Apolo
LEMBRA, CORPO....
Konstantinos Kaváfis
Lembra, corpo não só o quanto foste amado,
não só os leitos onde repousaste,
mas também os desejos que brilharam
por ti em outros olhos, claramente,
e que tornaram a voz trêmula – e que algum
obstáculo casual fez malograr.
Agora que isso tudo perdeu-se no passado,
é quase como se a tais desejos
te entregaras – e como brilhavam,
lembra, nos olhos que te olhavam,
e como por ti na voz tremiam, lembra, corpo.
não só os leitos onde repousaste,
mas também os desejos que brilharam
por ti em outros olhos, claramente,
e que tornaram a voz trêmula – e que algum
obstáculo casual fez malograr.
Agora que isso tudo perdeu-se no passado,
é quase como se a tais desejos
te entregaras – e como brilhavam,
lembra, nos olhos que te olhavam,
e como por ti na voz tremiam, lembra, corpo.
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KAVÁFIS, Konstantinos. Lembra, corpo... Tradução de João Paulo Paes. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982
KAVÁFIS, Konstantinos. Lembra, corpo... Tradução de João Paulo Paes. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982
Um comentário:
Assim como Kaváfis, transitas entre o sagrado e o profano, criando janelas em portais secretos.
Parabéns, estás cada vez melhor.
Ignora os comuns e permanece entre o vermelho e o negro, lembrando Stendhal.
Beijos lúcidos.
Cid Pimentel
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